Número de mortos causados pelo tufão Yagi em Myanmar duplica para 226

O número de mortos nas inundações provocadas pelo tufão Yagi em Myanmar (antiga Birmânia) duplicou para 226, registando-se ainda pelo menos 77 desaparecidos, de acordo com um novo balanço oficial da junta militar

Número de mortos causados pelo tufão Yagi em Myanmar duplica para 226

Um balanço inicial apontava para 113 mortos.

A televisão estatal birmanesa MRTV disse na noite de segunda-feira que as inundações destruíram quase 260 mil hectares de campos de arroz e outras culturas no país e que mais de 163.700 pessoas foram afetadas pela catástrofe e cerca de 150 mil casas ficaram submersas.

As áreas mais afetadas são a região de Mandalay, nos arredores da capital, Naypyidaw, e o nordeste do estado de Shan.

O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários disse que cerca de 631 mil pessoas foram afetadas pelas cheias em Myanmar.

A agência da ONU alertou para a necessidade urgente de alimentos, água potável, abrigo e vestuário e disse que as linhas de comunicação foram cortadas, estradas bloqueadas e pontes danificadas, dificultando seriamente os esforços de distribuição de ajuda.

As comunicações deficientes, especialmente com áreas remotas, também dificultam a recolha de informações sobre as vítimas.

De acordo com o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, estas inundações são as piores da história recente da Birmânia.

Esta catástrofe agrava a miséria no país, que entrou numa crise humanitária, de segurança e política desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021 contra o governo eleito de Aung San Suu Kyi.

A crise levou o líder da Junta Militar, Min Aung Hlaing, a pedir ajuda externa no sábado, uma decisão pouco comum para um poder militar que, no passado, bloqueou ou obstruiu a assistência humanitária internacional no Myanmar.

As inundações e deslizamentos de terras que se seguiram à passagem do Yagi, que atingiu a região no passado fim de semana, provocaram um total de mais de 500 mortos, principalmente em Myanmar e no Vietname (mais de 290 mortos), mas também no Laos, Tailândia (dez mortos) e China (dois mortos), de acordo com dados oficiais.

Os cientistas dizem que as alterações climáticas estão a tornar a estação das chuvas, que atingem o sudeste asiático entre junho e setembro, ainda mais fortes e erráticas.

VQ (EYC/PSP) // VQ

By Impala News / Lusa

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