Óbito/Fausto: Cerimónia fúnebre é na terça-feira na Voz do Operário em Lisboa
A cerimónia fúnebre do músico português Fausto Bordalo Dias decorrerá na terça-feira na Voz do Operário, em Lisboa, revelou hoje a família nas redes sociais.
Fausto Bordalo Dias, cantor e compositor, morreu hoje de madrugada aos 75 anos, em casa, em Lisboa, vítima de doença prolongada.
De acordo com a família, na terça-feira as cerimónias fúnebres serão na Voz do Operário entre as 18:00 e as 23:00.
Fausto Bordalo Dias nasceu em 26 de novembro de 1948, em pleno oceano Atlântico, a bordo de um navio chamado Pátria, que viajava para Angola, país onde viveu a infância e a adolescência e onde começou a interessar-se por música, assimilando os ritmos africanos que conjugaria com ritmos e modos da tradição popular portuguesa.
O seu primeiro grupo, porém, integrava-se no movimento pop dos anos 1960 e tinha por nome Os Rebeldes.
Fixou-se em Lisboa em 1968, quando entrou no antigo Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, atual ISCSP – Universidade de Lisboa, para se licenciar em Ciências Sócio-Políticas.
A adesão ao movimento associativo aproxima-o de compositores como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e, mais tarde, de José Mário Branco e Luís Cília, que já viviam no exílio.
“Pró que Der e Vier” (1974) e “Beco sem Saída” (1975) contam-se os seus dois trabalhos iniciais marcados pela experiência revolucionária.
A esses seguiram-se “Madrugada dos Trapeiros” (1977), que inclui a canção “Rosalinda”, “Histórias de Viajeiros” (1979), que abre já caminho a “Por Este Rio Acima” (1982), o seu grande sucesso, inspirado na “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto.
Com “Para Além das Cordilheiras” (1989) venceu o Prémio José Afonso.
“O Despertar dos Alquimistas”, “A Preto e Branco” são outros dos seus álbuns, assim como “Crónicas da Terra Ardente”, inspirado na “História Trágico-Marítima”. Este é o segundo disco da trilogia “Lusitana Diáspora”, depois de “Por este rio acima”, e antes de “Em Busca das Montanhas Azuis”, o seu derradeiro álbum, de 2011.
Em 2003 compôs “A Ópera Mágica do Cantor Maldito” (2003), uma perspetiva sobre a história portuguesa pós-25 de Abril.
Em 2009, com José Mário Branco e Sérgio Godinho, fez o espectáculo “Três Cantos”, sobre o repertório dos três músicos, dando posteriormente origem a um álbum com o mesmo nome.
“Fiquemos com a música dele, portanto, com a intenção de lutar. Que serviram para combater tempos mais sombrios no passado e que continuem a servir para combater tempos mais sombrios que se avizinham”, escreveu a família na página oficial de Fausto Bordalo Dias na rede social Facebook.
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By Impala News / Lusa
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