OMS pede mais esforços para combater doenças não transmissíveis
A Organização Mundial da Saúde apelou para um maior esforço no combate às doenças não transmissíveis, a maior causa de morte no planeta, considerando que “o mundo não está no bom caminho”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou hoje para um maior esforço no combate às doenças não transmissíveis, a maior causa de morte no planeta, considerando que “o mundo não está no bom caminho”.
Num relatório hoje divulgado sobre doenças não transmissíveis, a OMS considera que não estão a ser feitos os esforços suficientes para reduzir em um terço a taxa de mortalidade prematura por doenças não transmissíveis até 2030.
“Houve alguns progressos (…) mas eles foram limitados”, disse aos jornalistas o diretor do departamento de prevenção de doenças não transmissíveis da OMS, Douglas Bettcher.
Sublinhando que são necessárias “ações urgentes”, o responsável advertiu: “A janela de oportunidade para salvar vidas está a fechar-se”.
As doenças não transmissíveis matam em cada ano mais de 40 milhões de pessoas, das quais 15 milhões têm entre 30 e 70 anos. Mais de 80% destes casos chamados “prematuros” acontecem em países com rendimento baixo ou médio.
Segundo a OMS esta “epidemia é alimentada pela pobreza, (…) o comércio de produtos prejudiciais à saúde, a urbanização rápida e o aumento populacional”.
As doenças cardiovasculares são responsáveis pelo maior número de mortes dentro das não transmissíveis, 17,7 milhões por ano, seguidas do cancro, com 8,8 milhões, das doenças respiratórias, 3,9 milhões e da diabetes, 1,6 milhões.
Para medir a eficácia do controlo das doenças não transmissíveis em cada país, a OMS estabeleceu 19 metas, entre elas o aumento do preço do tabaco e políticas para reduzir a ingestão de sal e para promover o aleitamento materno.
O relatório indica que a Costa Rica e o Irão são os dois países com maior sucesso porque alcançaram 15 dos 19 objetivos. Seguem-se o Brasil, a Bulgária, a Turquia, o Reino Unido, a Finlândia, a Noruega, a Arábia Saudita e a Tailândia.
Seis países ainda não alcançaram nenhum dos objetivos: Angola, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Sudão do Sul, São Tomé e Micronésia. A lista mostra que dos seis, quatro pertencem à Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa.
Portugal está bem classificado mas não está entre os melhores por falhas ainda no que diz respeito a medidas para combater o consumo de tabaco e do álcool e na promoção de uma alimentação mais saudável.
O Brasil, em terceiro lugar, bem como os restantes países com mais sucesso que se lhe seguem aplicaram 13 das 19 medidas. Em África nenhum país cumpriu mais de oito.
Na vida quotidiana a redução do risco de desenvolver uma doença não transmissível consegue-se com a diminuição do consumo de açúcar, sódio e sal, e a eliminação das gorduras saturadas e de bebidas com alto conteúdo de açúcar, além da opção por uma vida ativa e não sedentária.
As medidas requerem uma atitude pessoal mas também políticas públicas, essenciais para restringir ou proibir a promoção da chamada “fast food” entre as crianças. Esta é uma das medidas menos aplicada pelos países em geral, segundo a OMS.
Diz a organização que a indústria do tabaco foi a mais agressiva nos esforços para travar as leis de redução do tabagismo, embora também a indústria alimentar tenha procurado limitar o alcance de eventuais restrições.
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