ONUSIDA elogia Cabo Verde por ultrapassar os 50% de infetados com HIV em tratamento

Cabo Verde é um dos países lusófonos que já superaram a barreira dos 50% de infetados com o vírus HIV que estão a ser alvo de tratamento com antirretrovirais, mas ainda longe das metas definidas pela ONU para 2020.

ONUSIDA elogia Cabo Verde por ultrapassar os 50% de infetados com HIV em tratamento

Cabo Verde é um dos países lusófonos que já superaram a barreira dos 50% de infetados com o vírus HIV que estão a ser alvo de tratamento com antirretrovirais, mas ainda longe das metas definidas pela ONU para 2020.

Num relatório sobre a situação em 2016, hoje divulgado e intitulado “Acabar com a sida, o progresso rumo às metas de 90-90-90”, a ONUSIDA destaca Cabo Verde como um dos sete países da África ocidental e central – Benim, Burkina Faso, Burundi, Gabão, Senegal e Togo – que ultrapassaram a barreira dos 50% de doentes em tratamento.

Segundo a ONUSIDA, em Angola, apenas 40% dos infetados sabe que tem o vírus e, desse total, 55% está em tratamento. Desses 55%, somente 16% ficou livre do HIV.

Na Guiné Equatorial, 43% de todas as pessoas que vivem com o VIH estão a realizar tratamento para a doença, refere-se no relatório, sendo este o único dado sobre o país, tal como no caso da Guiné-Bissau, em que a percentagem é de apenas 33%.

Entre os lusófonos, não há dados neste relatório da ONUSIDA sobre São Tomé e Príncipe nem sobre Timor-Leste.

No relatório, a ONUSIDA realça que, pela primeira vez, os dados estão equilibrados: mais de metade de todas as pessoas contaminadas com o vírus da sida (53%) tem já acesso a tratamentos antirretrovirais e que as mortes relacionadas com a doença também desceram para metade desde 2005.

Em 2016, 19,5 milhões dos 36,7 milhões de pessoas com HIV tiveram acesso a tratamento com antirretrovirais, tendo o total de mortes diminuído de 1,9 milhões em 2005 para cerca de um milhão em 2016. Se a tendência se mantiver, o progresso no combate à doença permitirá atingir em 2020 a metal global de 30 milhões de infetados em tratamento.

As metas dos “Três 90” foram traçadas em 2014 para acelerar o progresso no combate à doença, para que, até 2020, 90% de todas as pessoas que vivem com o vírus saibam que o têm, 90% de todos os que foram diagnosticados com HIV obtenham acesso a terapias sustentadas com antirretrovirais e que 90% dos que tiveram acesso ao tratamento se tenham curado. O relatório indica que, em 2016, mais de dois terços (70%) dos contaminados com HIV sabiam do seu estado. Desses, 77% tinham acesso a tratamento e, destes, em 82% já o vírus tinha desaparecido.

A África oriental e austral, a Europa central e ocidental, a América do Norte e a América Latina estão nos carris para atingirem as metas “90-90-90” previstas para 2020.

Por outro lado, a área das Caraíbas, Ásia e Pacífico podem também atingir as metas, mas, alerta-se no relatório, apenas se os respetivos programas forem reforçados e acelerados.

Segundo o relatório, sete países já atingiram as metas “90-90-90”: Botsuana, Camboja, Dinamarca, Islândia, Singapura, Suécia, Reino Unido e Irlanda do Norte, havendo muitos mais já perto de as completar.

 

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