Pai de Valentina vai decorrer da condenação de 25 anos de prisão

Sandro Bernardo, pai de Valentina, condenado esta quarta-feira à pena máxima de 25 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e violência doméstica, vai decorrer da decisão.

Pai de Valentina vai decorrer da condenação de 25 anos de prisão

Sandro Bernardo, pai de Valentina, condenado esta quarta-feira à pena máxima de 25 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e violência doméstica, vai decorrer da decisão. A notícia é avançada à SIC pelo advogado do arguido.

O advogado ainda está a analisar o acórdão que recebeu hoje e tem 30 dias para formalizar o pedido de recurso.

Sandro Bernardo foi condenado a 22 anos pelo homicídio qualificado, 18 meses de prisão pela profanação de cadáver, 9 meses de prisão pelo abuso e simulação de perigo e três anos pelo crime de violência doméstica.

 

Durante as alegações finais, o Ministério Público (MP) de Leiria pediu 25 anos de prisão para o pai e para a madrasta de Valentina, que morreu em 2020, em Peniche, alegadamente vítima da violência.

O MP, que acusou o pai e a madrasta de Valentina dos crimes de homicídio qualificado e de profanação de cadáver, em coautoria, garantiu que os “arguidos a mataram”.

Valentina agonizou no sofá até morrer

Segundo o relatório da autópsia citado pelo MP, a morte de Valentina “foi devido a contusão cerebral com hemorragia subaracnóidea”.

De acordo com a acusação, no dia 1 de maio, Sandro Bernardo, de 33 anos, natural de Caldas das Rainha, confrontou a filha, Valentina, com a “circunstância de ter chegado ao seu conhecimento que a mesma tinha mantido contactos de cariz sexual com colegas da escola”.

Na presença da companheira, de 39 anos e natural de Peniche, ameaçou Valentina com uma colher de pau, que depois terá usado para lhe bater.

Já inanimada, Valentina permaneceu deitada no sofá, sem que os arguidos pedissem socorro, sendo que o filho mais velho da arguida apercebeu-se da situação, mas foi mandado para o quarto.

No mesmo, o casal saiu de casa e foi à lavandaria, deixando a menor “inanimada e a agonizar” no sofá, e, “por volta do meio da tarde”, constatou que a criança tinha morrido, “formulando então o propósito de esconder o cadáver da mesma e de encobrir os seus atos”.

O casal escondeu o corpo da Valentina numa zona florestal, na serra d’El Rei (concelho de Peniche), e combinou, no dia seguinte, alertar as autoridades para o “falso desaparecimento” da criança.

Para o MP, pai e madrasta deixaram Valentina “a agonizar, na presença dos outros menores, indiferentes ao sofrimento intenso da mesma”, não havendo dúvidas de que a madrasta colaborou na atuação do pai sem promover o socorro à menor ou impedindo as agressões.

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