Pai do padre encontrado morto em Leiria com medo de ser assassinado

Suicídio ou homicídio? Cinco meses após a morte do padre Marco, o pai e a mãe do sacerdote explicam por que razão acreditam que o filho foi assassinado.

Pai do padre encontrado morto em Leiria com medo de ser assassinado

O corpo do padre Marco Brites foi encontrado a boiar na praia das Valeiras, perto de S. Pedro de Moel, no passado dia 6 de junho. Desde que a morte do sacerdote foi divulgada que o caso tem estado envolto em polémica e mistério. A questão permanece: o padre suicidou-se ou foi morto?

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Cinco meses e meio após o corpo do pároco, que prestava funções na paróquia a Macieira, ter sido encontrado sem «vestígios de agressões», os pais do religioso de 38 anos revelaram, numa reportagem do programa da SIC Linha Aberta, que se recusam a acreditar que o filho se tenha suicidado.

Para além de «ser contra tudo o que [o padre] acreditava», os progenitores apresentaram outros argumentos que vão para lá do amor de pais.

«Primeiro, ele era feliz. Ele não tinha cara nem coragem para fazer uma coisa dessas [suicídio]. Ele vivia bem. O povo gostava muito dele e ele gostava muito do povo», começa por salientar a progenitora, Laurinda Caseiro.

Contudo, antes de continuar, o pai do clérigo confessou que tinha medo de se alongar sobre o tema, por recear ser assassinado como o filho. «Eu acredito que foi homicídio, mas não posso falar muito. Há cinco meses mataram-me o filho e amanhã podem me matar a mim», afirma Diamantino Teotónio.

Questionados sobre se tinham conhecimento de que, um ano antes de morrer, o filho tinha instalado uma câmara de vigilância no seu próprio quarto porque achava que estava a ser perseguido, os pais não só confirmaram como disseram saber que o padre Marco tinha apanhado um homem em flagrante.

«Ele disse-me que andavam a mexer-lhe no quarto», começa por declarar a mãe. «Ele teve uma divergência com um estagiário» e «foi assassinado porque descobriu algo que ninguém queria que descobrissem. «Ele identificou o homem que esteve a revirar-lhe o quarto», esclarece o pai que ainda salienta o facto de o filho ter gasto 3500 euros a arranjar os dentes, pouco tempo antes de morrer . «Ninguém arranja os dentes para se suicidar».

Um possível romance pode estar na causa da morte do padre

Indignados por nunca terem sido interrogados pela polícia, os pais do pároco relatam que o vigário geral lhes revelou no funeral do filho que este podia estar envolvido no caso «uma paixão».

«O vigário geral disse-me que podia haver uma paixão. Se houve, quero saber quem é e quero provas. Porque não era razão para matarem o meu filho», aponta a mãe.

Sem revelar a identidade, um homem que se diz um dos amigos mais próximos do padre Marco desde 2007, reitera o discurso dos pais, concordando que o religioso «nunca se teria suicidado». O amigo destaca que o padre também lhe contou que tinha apanhado quem tinha andado a remexer a sua casa.

Sobre a alegada «paixão», o homem revela que o sacerdote tinha «namorado durante o seminário». No entanto, acrescentou que esse período da vida do padre, quando tinha 15 anos, foi especialmente conturbado, tendo em conta que «tinha sido alvo de abusos por parte de pessoas que trabalhavam no seminário». Quando questionado sobre se sabia se o pároco tinha sido vítima de pedofilia, o amigo negou dizendo que o padre «nunca deixou que tal acontecesse».

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