Pandemia mudou forma de viajar dos portugueses: mais perto e por mais tempo

A situação de pandemia vivida em 2020 mudou os hábitos de viagem em todo o mundo, mas a vontade e o desejo de viajar e de explorar permanecem, mesmo que em condições diferentes.

Durante a pandemia, os portugueses viajaram maioritariamente para os arquipélagos e para cidades com grande tradição de emigração nacional, realizando estadias entre 7 e 13 dias. As perspetivas para 2021 são animadoras e Lisboa já se afirma como o destino mais procurado pelos europeus no próximo ano.

Nos anos mais recentes, os viajantes têm demonstrado grande vontade de descobrir novos destinos em todo o mundo. No entanto, desde março de 2020, a pandemia de covid-19 obrigou-nos a adaptar a uma situação sem precedentes e cujos efeitos ainda estamos a sentir. Devido às restrições de movimentos, os viajantes precisaram de aprender a viajar de forma diferente – e assim surgiu um novo paradigma de viagens, em que se mantêm o desejo e a vontade de conhecer o mundo, mas respeitando as regulamentações de saúde e segurança. A eDreams ODIGEO, maior companhia de viagens online da Europa e uma das maiores empresas europeias de e-commerce, publicou o estudo anual A Year in Travel by eDreams ODIGEO, em que proporciona uma visão geral do ano que passou e deixa algumas previsões para 2021.

Viajar antes da pandemia e do confinamento

Entre janeiro e março de 2020, os portugueses viajavam maioritariamente para o estrangeiro. Os destinos mais procurados eram grandes cidades europeias como Paris, Londres, Barcelona, Madrid e Amesterdão. No início do ano, as estadias com duração de 3 a 4 dias eram as prediletas (46%), seguindo-se as escapadinhas curtas de apenas 2 dias (21%).

Para os viajantes do continente europeu, a cidade com mais procura nos primeiros meses do ano era Londres. Lisboa, em sexto lugar, e Porto, em décimo, estavam também no Top 10 de destinos favoritos. Os europeus também davam primazia às estadias com duração de 3 a 4 dias (35%) e gastavam, em média, 215 euros por pessoa em bilhetes de avião.

As mudanças trazidas pela pandemia

Com a chegada do surto de covid-19, os hábitos e as opções foram completamente alterados. As restrições de movimento eram diferentes em cada país, a abertura das fronteiras não acontecia ao mesmo tempo em todos os locais e a situação mudava constantemente.

Entre abril e junho, os destinos mais pesquisados pelos portugueses nas ferramentas da eDreams ODIGEO eram Paris, São Paulo e Londres. No entanto, os locais para onde acabaram por viajar mais no verão não correspondem inteiramente às pesquisas do confinamento. Entre junho e setembro, os destinos de viagem mais populares para os portugueses foram Paris, Ponta Delgada e Funchal. Notou-se também uma clara predileção por cidades com grande tradição de emigração portuguesa, como Genebra, Luxemburgo, Londres ou Zurique. Todos estavam ansiosos por rever familiares e amigos após tantas semanas.

No que toca à duração das viagens, aquelas com duração entre 7 a 13 dias passaram a ser as mais escolhidas (30%), mas ainda seguidas de perto pelas de 3 a 4 dias (30%). A nível europeu, esta tendência verificou-se da mesma forma. O destino mais procurado – tanto em termos de pesquisas como de viagens efetuadas – foi Palma de Maiorca, em Espanha.

O anúncio de uma vacina

Quando a Pfizer anunciou a vacina contra a covid-19, em 9 de novembro, a eDreams ODIGEO analisou o efeito nas tendências de pesquisa. Nesse mesmo dia, as pesquisas dos portugueses sobre viagens aumentaram 13% em relação ao dia anterior, e na semana entre 9 e 15 de novembro as pesquisas aumentaram 6% em relação ao dia anterior.

Lisboa é o destino preferido dos viajantes europeus em 2021

O estudo da eDreams ODIGEO permite-nos já desvendar algumas das tendências de viagens que podemos esperar em 2021, analisando as reservas atuais para viagens a ocorrer entre 1 de janeiro e 31 de dezembro do próximo ano.

Lisboa está no topo dos destinos com mais reservas para 2021. Seguem-se Istambul (Turquia), Forte de França (Martinica), Palma de Maiorca e Tenerife (Espanha). Os destinos de curta e média distância ainda predominam nas preferências. O aparecimento da vacina contra a covid-19 deverá alterar este panorama, permitindo aos viajantes aventurarem-se para mais longe. De facto, desde o anúncio das vacinas da Pfizer e da Moderna, em novembro de 2020, os destinos mais pesquisados pelos europeus são de longa distância, nomeadamente Dubai, Nova Iorque e Banguecoque.

Tal como no verão deste ano, em 2021 as viagens com estadias entre 7 a 13 dias são as mais populares (32%), mas há uma tendência cada vez maior para viagens com estadias ainda mais longas. Os europeus demonstram agora igual interesse por viagens com entre 14 e 20 dias (19%) e entre 3 e 4 dias (19%), algo que durante este ano não se verificou.

Assim, conclui-se que os viajantes europeus estão otimistas, mas ainda cautelosos em relação aos seus planos. As perspetivas são, no entanto, animadoras e é expectável que 2021 venha a ser um ano muito mais positivo no que toca a viajar e a conhecer o mundo.

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