Panteão Nacional acolhe instalação do artista espanhol Aryz
O artista espanhol Aryz inaugura na quinta-feira, no Panteão Nacional, em Lisboa, a instalação “VANITAS”, concebida para a nave principal daquele monumento onde estão túmulos de várias personalidades da história portuguesa.
Com a instalação, que foi hoje apresentada à imprensa, Aryz (Octavi Arrizabalga) recupera a tradição artística Vanitas, que teve origem nos Países Baixos nos séculos XVI e XVII, e, “abrindo paralelismos, convida o espectador a contemplar como esta tradição interage com o simbolismo do Panteão Nacional”.
A plataforma cultural Underdogs, que promove a instalação, recorda que a tradição artística Vanitas é “materializada em obras de arte que se debruçam sobre a transitoriedade da vida e da inevitabilidade da morte – numa reflexão em diálogo com o Panteão Nacional”, monumento que “serve como depósito da memória e da identidade coletivas, um testemunho do legado duradouro dos heróis e figuras ilustres de uma nação”.
O díptico apresentado por Aryz, criado no estúdio do artista e só depois instalado no espaço, exorta quem o vê “a refletir sobre a própria mortalidade”, enquanto o Panteão Nacional convida “a ter em consideração o legado perpétuo daqueles que deram forma a um destino coletivo”.
A instalação “VANITAS”, que fica patente até 23 de junho, faz parte do Programa de Arte Pública da plataforma Underdogs, e segue uma linha do artista criada recentemente de criação de obras de arte para espaços desta natureza.
O artista espanhol já apresentou instalações de grande formato, como a que ficará no Panteão Nacional, em locais como o Templo de Saint-Éloi, em Rouen, França, na igreja de Sant Pere, em Corbera d’Ebre, na Catalunha, na Basílica de Santa Maria del Pi, em Barcelona, ou na igreja de San Mattia, em Bologna, Itália.
Aryz, que nasceu em 1988 no estado norte-americano da Califórnia e vive atualmente Cardedeu, na Catalunha, Espanha, começou por dedicar-se ao ‘graffiti’, no início dos anos 2000, sobretudo em espaços abandonados à volta de Barcelona.
Entretanto, começou a ser convidado para pintar murais um pouco por todo o mundo.
Em Portugal, deixou obra em pelo menos três cidades portuguesas: Lisboa, em 2011, Lagos, em 2014, e Leiria, em 2020.
Paralelamente, o trabalho em estúdio “permite-lhe experimentar as possibilidades da pintura e desenvolver conceitos e ideias que a natureza imediata de criar um mural não permite”.
Em 2019, decidiu reduzir o número e intervenções murais e começou a focar-se mais no trabalho em estúdio, que o levou à criação das instalações que grande formato.
JRS // TDI
By Impala News / Lusa
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