Patti Smith, João Fiadeiro e percursos na arquitetura no MAC/CCB até 2025

Uma exposição da artista Patti Smith e uma retrospetiva sobre o corpo de trabalho do coreógrafo João Fiadeiro vão marcar a temporada de exposições do Museu de Arte Moderna/Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Patti Smith, João Fiadeiro e percursos na arquitetura no MAC/CCB até 2025

“Evidence: Soundwalk Collective & Patti Smith” vai dar título à exposição prevista para 22 de março, que parte de uma jornada de trabalho realizada pelo Soundwalk Collective e a artista Patti Smith entre 2017 e 2020, segundo a programação completa hoje enviada à agência Lusa.

Em conjunto, produziram um álbum triplo intitulado “Perfect Vision”, que retrata as jornadas de três poetas franceses que exploraram a transcendência em três territórios geográficos distintos: Arthur Rimbaud na então Abissínia (hoje Etiópia), Antonin Artaud na Sierra Tarahumara, no México, e René Daumal, que se dirigiu à fonte do Bhagavad Gita, na sagrada terra da Índia, em busca do Monte Analógico.

“Cada um dos três autores procurou, à sua maneira, lugares que os ajudassem a desaparecer e a transcender a sua própria existência”, e é nestas jornadas metafísicas que se inspirou a composição musical e sonora da trilogia “Perfect Vision”, que se tornou o ponto de partida desta exposição com uma instalação sensorial sonora e uma viagem poética pelos textos e visões evocados pelos três escritores.

Entre 30 de abril e 22 de setembro, será a vez das galerias do museu e dos espaços de teatro do Centro de Espetáculos do CCB de acolherem uma retrospetiva do corpo de trabalho do coreógrafo e intérprete João Fiadeiro, composta por duas partes.

“João Fiadeiro. Introspetiva” terá, durante o mês de maio, como eixo curatorial central, o conceito de “estaleiro”, com a montagem da exposição acessível aos visitantes e transformada em ´happening´ diário, com apresentações de dispositivos dramatúrgicos e coreográficos, composições em tempo real e improvisações, reencenações, aulas abertas e visitas guiadas.

Num segundo tempo, a partir de 21 de junho, o visitante terá acesso à exposição “Restos, Rastros e Traços”, que acolherá “o que ficou para trás das experiências e experimentações produzidas em modo ao vivo” durante a primeira parte do evento, e à exposição “I Am (not) Here”, desenhada a partir da obra “I Am Here” de João Fiadeiro, estreada em 2004 no CCB, inspirada no imaginário da artista visual Helena Almeida (1934-2018).

Por fim, este segundo momento contará com uma sala dedicada à exposição de vários objetos criados em colaboração com João Fiadeiro por artistas com quem este se cruzou ao longo dos últimos trinta anos.

Nos espaços Black Box e pequeno auditório, entre 21 de junho e 06 de julho, terá lugar “Dar Corpo”, uma programação e uma seleção de peças do repertório de João Fiadeiro a ser dançada pelo próprio, por artistas convidados e por intérpretes de novas gerações.

Antes, a 11 de abril, abre a exposição “Marina Tabassum. Notícias do Bangladesh”, que ficará patente até setembro, com diversos projetos de edifícios públicos e privados nos quais a arquiteta trabalha desde 1995, primeiro com o atelier de arquitetura Urbana e, desde 2005, através do atelier Marina Tabassum Architects (MTA).

Os projetos incluem o Museu e Monumento da Independência em Daca, no Bangladesh, bem como o seu envolvimento em vários projetos para os 1,2 milhões de refugiados rohingya, marginalizados em vários países por questões étnicas e religiosas.

A exposição, com curadoria de Vera Simone Bader e André Tavares é organizada pelo Architekturmuseum der TUM, em Munique, e pelo Centro de Arquitetura/Garagem Sul do CCB.

A partir de maio serão apresentadas mais duas exposições de arquitetura naquele espaço: “Hestnes Ferreira: forma, matéria, luz” e “L’Amour Fou. Arte arquitetura”.

A primeira visa compreender e situar a arquitetura de Raul Hestnes Ferreira (1931–2018) a partir da documentação em arquivo da Fundação Marques da Silva, numa exposição que apresenta uma seleção de 13 obras realizadas entre o final da década de 1960 e a primeira década do século XXI.

É também apresentado – nesta exposição com curadoria de Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d’Almeida e Paulo Tormenta Pinto – um itinerário para propor “um outro entendimento sobre a singularidade do processo de trabalho e o significado da arquitetura de Hestnes Ferreira”.

“L’Amour Fou. Arte arquitetura”, título apropriado à novela de André Breton de 1937, é uma exposição que tem como tema central “os encontros e a sedução dos artistas visuais pela arquitetura, e por vezes também os seus desencontros”, segundo a programação.

A exposição inclui obras de Dan Graham, Thomas Schütte, Thomas Struth, Bernd e Hilla Becher, Hiroshi Sugimoto, Marepe, entre outros.

Em outubro, a partir de dia 15, e até março de 2025, será a vez de “Homo Urbanus. A City-matograhic Odyssey by Bêka & Lemoine”, sobre a obra da dupla de cineastas que, ao longo dos últimos 15 anos, tem vindo a investigar como as pessoas vivem e se relacionam com o espaço das cidades.

A 24 de outubro ficará patente uma exposição individual dedicada ao artista norte-americano Fred Sandback (1943–2003), com curadoria de Lilian Tone e a colaboração do Fred Sandback Estate and Archive, contendo esculturas, algumas nunca expostas, relevos e desenhos.

AG // TDI

By Impala News / Lusa

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