Pedro Nuno acusa Governo de manipular número de alunos sem aulas para mascarar falhas

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, acusou hoje o Governo de manipular os números dos alunos sem aulas para “mascarar o insucesso da sua política”, considerando “verdadeiramente importante” os 41 mil alunos sem professor ou aulas a uma disciplina “neste momento”.

Pedro Nuno acusa Governo de manipular número de alunos sem aulas para mascarar falhas

Pedro Nuno Santos realçou, numa publicação em vídeo na rede social X, que o Governo usa o número de 2.300 alunos que não tiveram professor pelo menos a uma disciplina desde o início do ano letivo, apontando que esse número “compara com 2.000 no ano passado”.

“Não há portanto nenhuma redução”, frisou.

Para o líder socialista, o Governo “usa, como já fez noutros temas, a manipulação dos números e dos dados para tentar de alguma forma mascarar o insucesso da sua política”.

Pedro Nuno Santos vincou ainda que “verdadeiramente importante são os 41 mil alunos que não tem professor ou não tem aulas a uma disciplina neste momento, mesmo que no início do ano letivo tenham tido professor a todas as disciplinas”.

“Esse sim é um motivo de preocupação para todos nós e devia ser motivo de grande preocupação para o Governo, que em vez de andar entretido a manipular números e a convencer órgãos de comunicação social a publicá-los, devia estar concentrado a resolver de facto um problema que afeta dezenas de milhares de famílias em Portugal”, insistiu.

A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, também acusou hoje o Ministério da Educação de falta de seriedade na utilização de números sobre alunos sem aulas, afirmando que o universo de 21 mil que o ministro da Educação utiliza como comparação tem no fundo inseridas duas realidades distintas: Os alunos que na mesma data de há um ano estavam sem aulas naquele momento, e os que estavam em 2023 sem aulas desde o início”.

Fernando Alexandre rejeitou hoje a acusação feita pelo PS, que diz que o executivo está a comparar realidades distintas entre 2023 e o presente que não são comparáveis, uma acusação que já tinha sido, aliás, feita pelo ex-ministro da Educação João Costa em setembro.

“Os dados do PS não são dos serviços”, afirmou Fernando Alexandre, que devolveu a acusação de manipulação dos números ao afirmar que os números apresentados pelos socialistas “são calculados a partir dos dados” da DGEstE, com base em critérios que o ministro diz não compreender.

Numa conferência de imprensa em que fez o balanço do impacto das medidas no âmbito do plano ‘+Aulas +Sucesso’, na escola secundária D. Dinis em Marvila, Lisboa, o ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI) afirmou que, à data de 20 de novembro, havia 2.338 alunos sem aulas a uma disciplina.

Este número compara com os 20.887 alunos na mesma situação durante todo o 1.º período do ano letivo passado, o que significa que o Governo conseguiu reduzir em cerca de 89% o número de alunos sem aulas, aproximando-se da meta de 90% fixada no início do mandato do Governo da Aliança Democrática.

Os dados da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) não contabilizam, no entanto, o número real de alunos sem professor a, pelo menos, uma disciplina, somando o número de disciplinas a que o aluno está sem aulas.

Por exemplo, se um aluno não tiver professor atribuído a Português, História e Matemática, esse estudante é contabilizado três vezes, o que significa que o número 2.388 pode corresponder a menos de dois mil alunos.  

“Para medir o custo nas aprendizagens, tenho de ter em atenção o número das disciplinas”, sublinhou, esclarecendo que o executivo está a trabalhar numa forma de melhorar esta contabilização.

No balanço feito aos jornalistas, a um mês do final do 1.º período letivo, o ministro referiu também que, à data de 20 de novembro, somavam-se aos 2.338 alunos sem aulas desde setembro 41.573 alunos sem aulas a uma disciplina, na maioria dos casos decorrente de ausências temporárias.

 

DMC (MCA/PMF) // RBF

Lusa/Fim

 

By Impala News / Lusa

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