PJ impede venda em leilão de tesouro arqueológico
A Polícia Judiciária (PJ) impediu a venda em leilão de duas estelas funerárias, permitindo assim que o Estado pudesse manifestar o direito de preferência e negociar a sua compra para o Museu da Terra de Miranda, foi hoje divulgado.
A Polícia Judiciária (PJ) impediu a venda em leilão de duas estelas funerárias, permitindo assim que o Estado pudesse manifestar o direito de preferência e negociar a sua compra para o Museu da Terra de Miranda, foi hoje divulgado.
Em comunicado, a PJ refere que, em colaboração com a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), “após relevante trabalho de recolha de informação e investigação, logrou localizar, identificar e impedir a venda em leilão de duas estelas funerárias, permitindo que o Estado, em tempo útil, pudesse manifestar o direito de preferência e negociar a compra das mesmas para o MTM”.
Segundo um parecer da DRCN, “as peças em causa são estelas funerárias da época romana e procedem do Nordeste Transmontano, região que parcialmente se integra na circunscrição administrativa antiga designada de ‘civitas’ correspondente aos ‘Zoelas’, a qual se enquadrava no ‘Conventus Asturum’, da província ‘Hispania Citerior’, sendo provenientes do arqueossítio de Fonte d’Amador, localizado na povoação de Duas Igrejas”, no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança.
Segundo a PJ, “o valor científico, patrimonial e cultural de ambas as peças arqueológicas é muito elevado, permitindo o conhecimento da ocupação romana da região e bem assim do estudo da romanidade em geral”.
“Este tipo de monumentos epigráficos indicia a presença de necrópoles que é possível localizar (quando conhecido o contexto original do achado) e revelam dados científicos imprescindíveis ao estudo do mundo funerário, das mentalidades e estrutura da sociedade romana, motivo pelo qual lhes é aplicável regime legal especial de proteção e valorização de bens culturais”, indica aquela polícia de investigação.
O MTM expõe coleções de caráter cultural, etnográfico e artístico desta região e recolhe uma amostra da vida dos povos da Terra de Miranda.
“Trata-se é um museu vivo, de características únicas e cultura própria, bem expressas na língua da nossa gente (o mirandês), nas danças e na música, no teatro e na religiosidade popular, na gastronomia, nas formas de economia e na maneira de ser deste povo que vive do campo e da pecuária”, indica aquela unidade museológico do Planalto Mirandês.
O museu propõe de maneira permanente uma exposição etnográfica do Planalto Mirandês, que mostra coleções de trajes mirandeses, instrumentos usados na sua produção, alfaias agrícolas e máscaras e várias peças da ocupação deste território pelos antigos povos.
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