Portugal já registou mais de 30 focos de gripe aviária de alta patogenicidade

O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários alertou hoje que Portugal já registou mais de 30 focos de gripe aviária de alta patogenicidade desde o ano passado e sublinhou o “papel primordial” destes profissionais na defesa da saúde pública.

Portugal já registou mais de 30 focos de gripe aviária de alta patogenicidade

Jorge Cid, que falava na comissão parlamentar de Saúde, frisou a importância do conceito “one health” (uma só saúde), envolvendo a saúde humana, a saúde animal e o ambiente, e a necessidade de os veterinários “estarem cada vez mais integrados neste conceito”. Na audição na comissão de Saúde, onde hoje foram ouvidas diversas ordens profissionais do setor, Jorge Cid destacou a abrangência e importância dos médicos veterinários, considerando que “têm um papel primordial na defesa de saúde pública”. A este respeito, lembrou a pandemia de gripe aviária – “a maior de sempre e que já atingiu 37 países” -, sublinhando que Portugal já identificou desde o ano passado mais de 30 focos de gripe aviária de alta patogenicidade do subtipo H5N1 em aves domésticas e selvagens.

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O responsável lembrou que 60% das infeções em humanos são zoonóticas, que 75% das doenças emergentes são de origem animal e que, em cada cinco novas doenças, três são de origem animal. Jorge Cid adiantou ainda que “80% dos agentes patogénicos usados em terrorismo tem origem em animais”, para sublinhar a importância de integrar cada vez mais os médicos veterinários nos grupos de trabalho na área da saúde e nas decisões na área da saúde pública, criando condições para que estes profissionais se fixem em Portugal.

 “80% dos agentes patogénicos usados em terrorismo tem origem em animais”

Segundo dados da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), desde 30 de novembro de 2021 têm sido confirmados pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (laboratório nacional de referência para as doenças dos animais) vários focos de infeção por vírus da gripe aviária de alta patogenicidade do subtipo H5N1 em aves domésticas e selvagens. Até ao dia 30 de setembro a DGAV registou 321 focos, afetando mais de meio milhão de aves.

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