PR timorense  aponta “expansão e popularização” da língua portuguesa entre principais desafios

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, apontou hoje, em Maputo, a “expansão e popularização” da língua portuguesa no seu país como um dos principais desafios do executivo timorense.

PR timorense  aponta

“Para nós, um dos grandes esforços da nossa parte é popularizar e expandir o conhecimento da língua portuguesa, porque quando chegámos à independência, em 2002, praticamente já ninguém falava português”, disse José Ramos-Horta.

O chefe de estado timorense falava a jornalistas, após uma visita à Academia Aga Khan, na cidade da Matola, província de Maputo, no quadro da visita de Estado que realiza a Moçambique até domingo.

“Hoje mais de 30 por cento já falam português”, afirmou José Ramos-Horta.

Para o chefe de Estado, nos seus próprios territórios, as antigas colónias portuguesas fizeram mais pela língua após as independências.

A colonização portuguesa “deixou em 1975 Moçambique com pelo menos 7% de pessoas a falarem português. Moçambique independente fez mais pela língua portuguesa que Portugal e hoje 70% da população moçambicana fala português. Guiné-Bissau hoje 30% da população fala, mas em 1974 era menos de 10% “, afirmou José Ramos-Horta.

O Presidente reconheceu que Timor-Leste ainda tem grandes desafios face à formação de quadros, mas destacou a cooperação e colaboração dos Estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ao longo dos anos para suprir o défice.

“Uma das grandes prioridades nossas desde a independência é a área da educação, fizemos progressos enormes (…) Tínhamos uma universidade com 10 mil estudantes, hoje temos 18, com uma população estudantil de 40 a 60 mil”, detalhou.

Ainda o quadro da cooperação entre os dois estados, o Presidente do Timor-Leste disse que quer a experiência de Moçambique na área de educação para impulsionar no seu país o ensino de ciências exatas, essenciais para as sociedades. 

“Invisto na área de ciência e tecnologia e menos humanidades, porque muitos países do terceiro mundo temos muitos doutorados em filosofias, teologia, história, relações internacionais, mas poucos em tecnologia, digitalização, inteligência artificial, medicina, economia e indústria”, defendeu.

Moçambique e Timor-Leste assinaram, na sexta-feira, três acordos para a cooperação nas áreas política, ensino e recursos minerais, no âmbito da visita de trabalho que o chefe de Estado timorense realiza a Moçambique.

Os acordos foram assinados pelos chefes da diplomacia dos dois países, a moçambicana Verónica Macamo e o timorense Bendito dos Santos Freitas, momentos após uma reunião entre os Presidentes moçambicano e de Timor-Leste.

Os acordos preveem que os dois países cooperem de diversas formas nas áreas de consulta política, ensino superior e hidrocarbonetos e minas.

Depois de Moçambique, o chefe de Estado de Timor-Leste segue para Angola, numa visita que realiza entre segunda-feira e quarta-feira, também para reforçar as relações bilaterais e da cooperação no âmbito da CPLP.

PYME (EAC) // VM

By Impala News / Lusa

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