Prazo para classificação de espólio de túmulo de D. Dinis alargado até agosto

O prazo para a conclusão do processo de classificação do espólio do túmulo do rei D.Dinis, aberto em agosto de 2023, foi alargado até agosto deste ano, anunciou a Museus e Monumentos de Portugal.

Prazo para classificação de espólio de túmulo de D. Dinis alargado até agosto

Numa publicação no ‘site’ da empresa pública que remete para um anúncio do Diário da República de terça-feira, a MMP refere que “sendo o objeto do procedimento de classificação em curso um conjunto de bens culturais móveis de diferentes tipologias […] pode o instrutor prorrogar os prazos até ao limite dos prazos máximos correspondentes”.

O processo foi aberto em 2023, pela então Direção-Geral do Património Cultural, assinalando que “a proteção e valorização [do espólio do túmulo] representam valor cultural de significado para a Nação”.

Numa circular da MMP, datada de outubro e já com autorização do presidente da empresa pública, a diretora de coleções da MMP, Elsa Pinho, recorda que a Lei de Bases do Património Cultural estabelece que o prazo máximo de classificação é de um ano, podendo este ser prorrogado “sempre que estejam em causa conjuntos, sítios, coleções, fundos ou realidades equivalentes”.

De acordo com o regime da classificação e da inventariação dos bens móveis de interesse cultural, de 2015, pode o prazo previsto na lei de bases ser prolongado “por uma só vez e por igual período”.

“Sendo que o objeto do procedimento de classificação em curso é, precisamente, um conjunto de bens culturais móveis de diferentes tipologias, sendo que as peças têxteis se encontram na sacristia do Mosteiro [de Odivelas], acondicionadas e a aguardar o início da intervenção de conservação e restauro que deverá ter lugar no Laboratório José de Figueiredo e que certamente produzirá informação mais detalhada sobre estes bens culturais”, acrescentou a mesma autora na circular.

O túmulo de D. Dinis, no Mosteiro de Odivelas, no distrito de Lisboa, foi aberto em 2020, revelando uma espada, uma fivela em prata e vários têxteis.

O túmulo foi encerrado a 28 de junho de 2023 no Mosteiro de Odivelas, e na altura, a arqueóloga Maria Antónia Amaral, uma das responsáveis pelo estudo em curso sobre o monarca e o seu espólio, indicou à agência Lusa que propôs a classificação do manto e da espada ali encontrada como tesouros nacionais.

Segundo a arqueóloga, os restos mortais do rei foram estudados por uma equipa de Antropologia, e há ainda o espólio associado ao monarca e ao infante — um dos netos de D. Dinis, que também está sepultado no mosteiro — que precisa de ser estudado, e serão produzidas ainda análises, datações, inventários, relatórios e artigos científicos.

Na terça-feira, foram apresentados os resultados preliminares da reconstituição do rosto de D. Dinis por uma equipa de investigadores, liderada por Eugénia Cunha, catedrática da Universidade de Coimbra.

TDI (AG/SS/NL) // MAG

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS