Presidente da associação Paz no Coração viola e escraviza mulheres indefesas
Alfredo Carvalho, de 54 anos, presidia a associação Paz no Coração, que acolhia vítimas de violência doméstica, atiradas para a rua com os filhos, ou mulheres sem-abrigo, em situação de extrema pobreza. Mas a solidariedade do homem escondia um esquema macabro.
Alfredo Carvalho, de 54 anos, presidia a associação Paz no Coração, que acolhia vítimas de violência doméstica, atiradas para a rua com os filhos, ou mulheres sem-abrigo, em situação de extrema pobreza. Mas a solidariedade do homem escondia um esquema macabro.
Segundo a acusação do Ministério Público, violava ou coagia sexualmente as mulheres indefesas, na sede da Associação, onde vivia, em Lisboa. Caso não aceitassem, ameaçava-as em como voltariam para a condição de sem-abrigo. De acordo com a acusação do MP, citada pelo JN, uma das quatro vítimas tinha acabado de chegar a Portugal, em setembro de 2018 e em Angola, onde tinha cinco filhos, era vítima de violência doméstica por parte do marido. Com duas filhas menores, tentou a sorte na associação mas encontrou outro inferno com o arguido. Com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ficou a pagar 400 euros de renda a Alfredo. No primeiro dia de estadia, foi abordada pelo arguido, que disse estar “à procura de uma mulher”. Esta negou.se, mas continuou a ser interpelada nos dias seguintes. Dizia-lhe que precisava de manter relações sexuais e, caso não aceitasse, punha-a na rua a ela, e também as filhas.
A mulher passou a ser violada todos os dias, durante cerca de dois meses. Foi ainda forçada a efetuar a limpeza das áreas comuns da Associação, ou, mais uma vez, seria despejada.
Uma das filhas da mulher, então com quatro anos, foi agredida pelo fundador da “Paz no Coração”, porque estaria a fazer barulho. Foi aqui que a mulher ganhou coragem e saiu da Associação. Outra mulher, entrou na Associação em agosto de 2020 e, apesar de receber apenas 180 euros de rendimento social, tinha de pagar 300 de renda em dinheiro vivo. Também ela foi importunada e após várias investidas, saiu.
No primeiro interrogatório judicial, Alfredo Carvalho alegou sofrer de disfunção erétil, dizendo ser impossível ter violado as mulheres, mas o Ministério Público sublinhou a inexistência de elementos clínicos, exames ou perícia que atestasse da impossibilidade em manter relações sexuais.
O homem está agora em prisão preventiva e está aguardar o julgamento, que começa em setembro.
Siga a Impala no Instagram