Professora do pai de Valentina: “Que se passou com a tua vida, Sandro? Tu não és um criminoso”
A publicação foi entretanto apagada, mas a docente, numa longo texto questiona o que terá acontecido na vida do pai de Valentina para que o desfecho tenha sido o do homicídio da menina.
“Que se passou com a tua vida Sandro Bernardo?”, questiona Helena Marques, ex-professora do suspeito, numa publicação na rede social Facebook. A publicação foi entretanto apagada, mas a docente, num longo texto questiona o que terá acontecido na vida do pai de Valentina para que o desfecho tenha sido o do homicídio da menina.
Professora de Ciências Físico-Químicas, conheceu Sandro no ano letivo 2001/2002, na Escola dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de Peniche. A mulher recorda o pai de Valentina como alguém por que sempre nutriu “uma simpatia muito grande por ser tão educado e respeitador“. Este aluno era também “carente e talvez algo ‘frustrado’ por ser o mais velho da turma”, considerando que “na altura já contava com algumas retenções“.
Sandro era, relata Helena Marques, “vítima de uma história como tantas outras e sem nada poder fazer contra uma sociedade que era já tão cruel para ele”.
Perante o crime que está a chocar Portugal, não só por ter sido perpetrado pelo pai mas também pelos contornos macabros, Helena questiona: “Que se passou com a tua vida Sandro Bernardo? Tu não és um criminoso e disso eu tenho a certeza! Existe um coração sensível e carente aí dentro! Então porquê? Ninguém sabe, nem tu se calhar…”
“Não o devias ter feito, sabes disso“, acrescenta a professora. Perante as circunstâncias, e depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária no passado domingo, Helena assinala ainda: “Agora vais preso, és achincalhado por um país inteiro que não te conhece e te julga como se todos fossem imaculados e intocáveis”.
A professora confessa-se ainda “triste” e, ao ouvir o nome de Sandro nas notícias, sentiu-se motivada a ir “ao ‘baú das recordações’. Não consigo deixar de sentir que a culpa de a tua filha estar morta neste momento também passa por mim”.
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