PS acusa Montenegro de “manobra de diversão” ao responsabilizar Governo PS sobre diretor do SNS

O PS acusou hoje o primeiro-ministro de “manobra de diversão” e de “cair no ridículo” ao responsabilizar o anterior Governo pelas eventuais incompatibilidades do diretor demissionário do SNS, considerando que a responsabilidade da escolha é do executivo de Luís Montenegro.

PS acusa Montenegro de

“O diretor executivo do SNS demissionário foi uma escolha do atual Governo. Não queiram atirar as responsabilidades para o anterior Governo de uma escolha deste Governo. Foi a senhora ministra da Saúde que escolheu e propôs o doutor Gandra D’ Almeida para diretor executivo”, disse o deputado socialista João Paulo Correia no arranque do debate de urgência pedido pelo PS sobre o SNS.

Segundo o deputado do PS, competia à ministra Ana Paula Martins “escrutinar minimamente o currículo da personalidade que o propôs”, considerando que aconteceu “o de sempre” e a ministra “passou as culpas para outros”, desta vez para a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

No período de pedido de esclarecimentos, o deputado do PSD Miguel Guimarães afirmou que “se alegadamente existiram incompatibilidades durante o exercício do cargo no INEM Norte” por parte do agora diretor executivo demissionário “isto foi quando o Governo era do PS”.

“Se o PS quer apurar responsabilidades tem que apurar responsabilidades junto de quem era ministro da altura”, sugeriu, referindo-se ao Governo do PS.

Na resposta, João Paulo Correia considerou que as declarações do primeiro-ministro da véspera, no Conselho Nacional do PSD, foram uma “manobra de diversão” ao ter dito, segundo relatos, “a responsabilidade da acumulação ilegal de funções de Gandra D’ Almeida foi do anterior governo e do anterior primeiro-ministro”.

“Uma manobra de diversão para desviar atenções, mas também um desespero de um primeiro-ministro que tenta salvar a ministra a todo o custo. Só por falta de vergonha é que o governo cai no ridículo de responsabilizar o anterior Governo e anterior primeiro-ministro”, sustentou.

O deputado socialista concluiu que a responsabilidade é de Luís Montenegro e de Ana Paula Martins, considerando que a ministra da saúde devia estar no debate no qual o Governo se faz representar pela secretária de Estado Ana Povo.

De acordo com relatos da intervenção de Luís Montenegro no Conselho Nacional do PSD na terça-feira, que decorreu à porta fechada, o líder social-democrata referiu-se à polémica que levou à demissão de Gandra D’ Almeida, depois de a SIC ter noticiado que acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão e que terá recebido por esses turnos mais de 200 mil euros.

Sobre este caso, e perante o Conselho Nacional, o primeiro-ministro disse que nem ele nem a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, “sabiam ou tinham como saber” se na “vigência do governo anterior” do PS poderia ter havido alguma incompatibilidade.

O antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde e ex-deputado do PSD Álvaro Almeida foi terça-feira anunciado pelo Governo para liderar a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na sequência da demissão de António Gandra d’Almeida.

Numa iniciativa como ministra, Ana Paula Martins foi questionada sobre uma notícia avançada pelo Correio da Manhã se sabia da acumulação de funções de António Gandra D’ Almeida, dizendo conhecer o relatório de avaliação da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), que é público.

Segundo o documento da CReSAP, enquanto ainda era diretor da delegação Norte do INEM, Gandra D’Almeida apenas revelou ter exercido funções de médico de cirurgia geral no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia, Espinho de 2015 a 2022, mas não referiu os serviços prestados em Faro e Portimão enquanto dirigia o INEM do Norte.

 

JF/PC (SMA/SO) // JPS

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS