Restaurante em Lisboa vai dar emprego a pessoas sem-abrigo

Aproveitando os holofotes do centro de Lisboa, a rua de São José vai ter, a partir de outubro, uma nova luz, com o projeto ‘É um restaurante’, onde o serviço é assegurado por pessoas em situação de sem-abrigo.

Restaurante em Lisboa vai dar emprego a pessoas sem-abrigo

Aproveitando os holofotes do centro de Lisboa, a rua de São José vai ter, a partir de outubro, uma nova luz, com o projeto ‘É um restaurante’, onde o serviço é assegurado por pessoas em situação de sem-abrigo. A trabalhar com pessoas sem-abrigo desde 2001, a CRESCER – Associação de Intervenção Comunitária tem-se confrontado com “uma dificuldade em integrar estas pessoas no mercado de trabalho”, apesar de terem capacidades e aptidões para estar empregadas.

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No âmbito de uma proposta da Câmara Municipal de Lisboa para que a associação gerisse um projeto para dar comida às pessoas que vivem na rua, o diretor da CRESCER, Américo Nave, recusou a ideia da autarquia e, quando lhe perguntaram o que faria com um espaço de restauração, propôs o “É um restaurante”, colocando as pessoas que estão ou estiveram em situação de sem-abrigo a “servir toda a comunidade”, desde residentes a turistas.

Espaço localiza-se na rua de São José, junto à Avenida da Liberdade

Localizado no número 56 da rua de São José, por trás dos holofotes da Avenida da liberdade, o novo restaurante de Lisboa vai ser inaugurado na quinta-feira, mas a abertura ao público acontece a partir de 01 de outubro.

Oferece-se um menu elaborado pelo chef Nuno Bergonse, com “comida de partilha e de conforto”, por um preço médio de 25 euros, indicou Américo Nave, em declarações à agência Lusa. Apoiados por dois profissionais da restauração, um chefe de cozinha e um chefe de sala, o “É um restaurante” promove “a qualidade do serviço e a formação das pessoas” que estão ou estiveram em situação de sem-abrigo.

Em Lisboa, existem 361 pessoas em situação crónica de sem-abrigo, ou seja, pessoas que estão a viver na rua, e “há cerca de 2.000 pessoas que estão a viver em albergues, que são consideradas também pessoas sem-abrigo”, apurou a associação CRESCER, defendendo um maior investimento na prevenção, nomeadamente na habitação e no emprego, para evitar casos de emergência.

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