Restos de foguetão chinês desintegraram-se sobre o oceano Índico
Um segmento do foguetão chinês que reentrou hoje sem controlo na atmosfera terrestre desintegrou-se sobre o oceano Índico, indicaram militares norte-americanos, sem especificar se os destroços causaram danos.
Um segmento do foguetão chinês que reentrou hoje sem controlo na atmosfera terrestre desintegrou-se sobre o oceano Índico, indicaram militares norte-americanos, sem especificar se os destroços causaram danos. “O comando da Força Espacial confirma que o foguete Long March-5B da República Popular da China reentrou na atmosfera sobre o oceano Índico a 30 de julho”, às 16:45 GMT (17:45 hora de Lisboa), escreveu o Exército dos Estados Unidos da América (EUA) na rede social Twitter.
Os detalhes sobre a dispersão dos destroços e o local exato do impacto foram enviados às autoridades chinesas, que lançaram o foguetão no espaço a 24 de julho, o segundo de três módulos da estação espacial Tiangong, que deverá estar plenamente operacional no final do ano.
Com um peso estimado entre 17 e 22 toneladas e a viajar no espaço sem controlo a uma velocidade de 28 mil quilómetros por hora, o foguetão não foi concebido para controlar a sua descida, o que suscitou críticas.
A China “não deu informações precisas sobre a trajetória do seu foguetão”, apontou o administrador da NASA, Bill Nelson, numa mensagem no Twitter. “Todos os países que desenvolvem atividades espaciais deveriam respeitar as práticas exemplares”, porque a queda de objetos desta dimensão “representam riscos importantes de provocar perdas humanas ou materiais”, acrescentou.
A entrada na atmosfera provoca um calor e fricção imensos, e os segmentos podem queimar-se ou desintegrar-se, mas os de maiores dimensões, como este foguetão, podem não ser totalmente destruídos. A trajetória do Long March-5B estava a ser monitorizada, uma vez que podia interferir com o espaço aéreo, de acordo com um alerta feito na quinta-feira pela Agência Europeia para a Segurança da Aviação. Numa informação dirigida aos Estados-membros, às companhias aéreas e às autoridades de aviação, a agência listava Portugal, Bulgária, França, Grécia, Itália, Malta e Espanha como os países cujo espaço aéreo poderia eventualmente ser afetado.
Em 2020, os destroços de outro foguetão Long March caíram em aldeias da Costa do Marfim, provocando danos, mas sem provocar feridos. Em maio de 2021, um outro foguetão, também Long March, desintegrou-se quase totalmente na atmosfera terrestre e os detritos caíram no oceano Índico sem causar danos.
O foguetão Long March-5B foi lançado no passado domingo da ilha de Hainan para transportar um módulo da nova estação espacial chinesa. A China enviou o seu primeiro astronauta para o espaço em 2003, e em 2021 fez aterrar um pequeno robot em Marte.
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