Rosa Grilo recebe filho na prisão e agride-o: «Deu-lhe um chapadão»

O caso é relatado por Júlia Grilo, irmã do triatleta. Nessa visita, estariam ainda presentes os avós maternos do menino

Júlia Grilo, irmã do falecido triatleta, disputa neste momento a guarda de Renato, de 13 anos, com os pais de Rosa Grilo, detida na prisão de Tires. Numa entrevista ao programa Linha Aberta, da SIC, a mulher relata como a relação entre os adultos se tem deteriorado e como a sua opinião sobre Rosa se tem alterado. A mulher, que criou Luís Grilo, chegou a afirmar em entrevistas que colocava as mãos no fogo por Rosa.

Mas se no início Júlia não acreditava que Rosa tivesse matado o marido, agora dá o crime como certo e ainda afirma que Rosa é má mãe.

«A mãe agrediu-o há cerca de duas semanas na prisão. Deu-lhe um chapadão, agarrou-o pelos braços, e o avô e a avó não fizeram nada para acarinhar o menino«, diz Júlia Grilo, que dá a cara pela primeira vez.

Atacando os pais de Rosa Grilo, diz que agora percebe «porque é que ele [Renato] de repente começou a dizer que não sentia segurança em ir com os avós. Agora tenho a resposta. O meu menino sabia que mais tarde ou mais cedo ia ter problemas», diz em entrevista à SIC.

Segundo a jornalista, citando Rosa Grilo, a justificação para o «chapadão» é a de que, « o menino foi extremamente desagradável com o avo». Ripostando, Júlia faz mais um relato: «quando o pai lhe disse que não gostava da advogada que ela tinha, ela chamou o guarda prisional para pôr o pai na rua».

Júlia diz que quando soube, escreveu uma carta a Rosa Grilo pedindo-lhe que não tivesse este tipo de atitudes perante Renato, de 13 anos.

Recorde-se que está marcada nova audiência, a 3 de abril,  relativamente às responsabilidades parentais. A guarda de Renato Grilo, de 13 anos, é decidida esta quarta-feira pelo tribunal

Júlia Grilo diz que não está surpreendida com a acusação de Rosa Grilo e António Joaquim e afirma que «esta Rosa é vil, é má…».  «Se ela era assim manipulou-me muito bem. Eu tenho saudades da Rosa que era a minha Rosa», reitera.

A acusação

Rosa Grilo e o amante António Joaquim foram acusados formalmente do homicídio do triatleta Luís Grilo, marido da arguida, pelo Ministério Público esta segunda-feira, dia 25 de março. Para além da acusação, o Ministério Público quer que o caso não seja só apreciado do ponto de vista jurídico, mas também à luz da experiência comum. Ou seja, a culpa da viúva e do oficial de justiça ficarão nas mãos de três juízes que contarão com a deliberação de quatro jurados. Assim, irá se determinar se Rosa Grilo e António Joaquim, foram coautores do homicídio de Luís Grilo.

Este requerimento acontece devido ao facto de no processo não haver prova científica que coloque o amante no local do crime, para além da arguida garantir que António Joaquim nada tem que ver com o assassinato. Posto isto, a procuradora, que deduziu a acusação ontem, pediu ao tribunal que sejam chamados quatro eleitores da comarca de Vila Franca de Xira para fazerem parte do julgamento.

Apesar de rara e excepcional, esta medida já foi utilizada em casos como o de Joana, a menina de oito anos que desapareceu em Portimão e cujo o corpo nunca foi encontrado, e no julgamento do Rei Gob, o homem que foi condenado por matar três pessoas mas cujos cadáveres também nunca foram descobertos.

Em acréscimo, a representante do Ministério Público pediu também que Rosa Grilo fosse considerada indigna da herança do marido e pagasse, juntamente com o amante, uma indemnização ao filho. A acusação ainda exige que deve ser nomeado um curador para gerir os bens do menor até que este seja maior de idade. O único filho do casal irá receber cerca de 400 mil euros de seguros de vida feitos pelo pai.

Luís Grilo, de 50 anos, residente na localidade das Cachoeiras, concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, desapareceu em 16 de julho de 2018. O corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, mais de um mês após o desaparecimento, no concelho de Avis, distrito de Portalegre, a mais de 130 quilómetros da sua casa. O cadáver do triatleta foi encontrado perto de Alcôrrego, num caminho de terra batida, junto à Estrada Municipal 1070, por um popular que fazia uma caminhada na zona e que alertou o posto de Avis da Guarda Nacional Republicana (GNR) para esta ocorrência. Rosa Grilo e o amante António Joaquim foram acusados pela prática, em coautoria, de crimes de homicídio qualificado agravado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida.

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