Rosiney está desaparecida há mais de dois meses. Patrão acusa-a de beber e dever dinheiro

Ninguém sabe nada de Rosiney Trindade de Oliveira, de 31 anos, desde o dia 14 de novembro

Chegou a Portugal a 1 ele outubro de 2018 com 1050 euros no bolso e visto válido até ao dia 1 de janeiro de 2019. Depois de uns dias num motel instalou-se na Moita, em casa de Vítor. Não se conheciam, mas Rosiney Trindade de Oliveira, de 31 anos, oriunda do estado do Paraná, no sul do Brasil, foi sincera. Disse-lhe que tinha pouco dinheiro e este homem fez-lhe um desconto no preço do quarto. A troco, Rosy, como é tratada pelos amigos, teria de o ajudar com a tia, que sofre de Alzheimer.

A mulher, que está desaparecida desde dia 14 de novembro, não esteve ali mais do que três semanas, afiança Vitor que, sobre ela, só tem coisas boas a dizer. Respeitadora, cuidadosa, carinhosa, entre outros elogios. Quando esta lhe disse que tinha arranjado trabalho em Condeixa-a Nova, num restaurante, este tentou demove-la, sem sucesso. À procura de um emprego, encontrou-o no restaurante Restinova onde, para além de um salário de 600 euros, lhe ofereceram refeições e alojamento. A irmã, em declarações ao programa A Tarde É Sua, recorda que a brasileira se dizia feliz, ainda que cansada.

A primeira versão foi a de que Rosy teria sido despedida no primeiro dia de trabalho por problemas com o álcool, mas já se veio a comprovar que a brasileira trabalhou ali cerca de um mês

Mas segundo José Correia, o patrão, o problema de Rosy foi mesmo o álcool. Esta versão é corroborada por uma colega de trabalho que não quer mostrar a cara ao programa de Hernâni Carvalho. «Era muito fechada e não tinha tato com os clientes», afirma, chegando até a falar em faltas de respeito. Quando José despediu Rosiney, disse-lhe que esta podia permanecer no alojamento até encontrar outro local. Ao que este alega, a jovem recusou.

Nessa mesma noite, esta colega que pede anonimato despediu-se de Rosiney e, já de madrugada, mandou-lhe mensagem. A porta do quarto da brasileira desaparecida estava fechada e esta respondeu dizendo que estava bem e que ainda estaria em Condeixa. Na manhã seguinte, quando as colegas acordaram para trabalhar, a porta estava entreaberta e as malas de Rosy lá dentro. Dela, nem rasto. Até hoje. O pai, que falava com ela todas as semanas, alega que terá sido sequestrada, pois afirma que esta não tinha motivos para desaparecer.

«Estou com saudades e quero que ela volte para casa», diz, em tom desesperado.

Amigos e familiares acreditam cada vez mais na hipótese de Rosy ter sido arrastada para uma rede de prostituição a atiram desconfianças a José, dono do restaurante em Condeixa.

Este, revoltado, já veio dizer que o caso lhe está a afetar o negócio e faz acusações. «Disse várias vezes que ela precisava de ajuda», atira. «Recebia bastantes telefonemas a pedirem-lhe dinheiro», diz ainda, afirmando que o desaparecimento dela poderá estar relacionado com o facto de ela dever quantias avultadas no Brasil.

José afirma que após o desaparecimento o próprio se dirigiu ao posto da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Condeixa-a-Nova para participar o desaparecimento. Contudo,  fonte do Comando Territorial de Coimbra da GNR confirmou ao Observador que foi feita não uma participação do desaparecimento, mas uma queixa de furto, embora não revele quem foi o autor da participação.

O inquérito da Polícia Judiciária só foi instaurado a 9 de janeiro ainda que Rosy tenha desaparecido a 14 de novembro.

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