Transplantes de órgãos subiram 19% no primeiro semestre
O número de transplantes de órgãos subiu 19% no primeiro semestre do ano relativamente a igual período de 2020, ano em que se colheram menos 197 órgãos, uma quebra registada sobretudo nos transplantes de fígado e rim.
Segundo os dados divulgados pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) a propósito do Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que se assinala na terça-feira, este ano a atividade da transplantação cresceu no primeiro semestre, com mais 16% no número de dadores e de 19% no número de transplantes realizados. Estes números comparam com o ano atípico de 2020, marcado pela pandemia de covid-19 e durante o qual caíram mais de 20% os órgãos colhidos para transplantes.
“A atividade de doação e transplantação só é possível graças ao envolvimento dos dadores e das suas famílias e de todos os profissionais envolvidos nesta atividade e que diariamente reúnem esforços para o tratamento eficaz dos doentes em lista de espera”, sublinha o IPST, em comunicado. O Instituto, em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Transplantação, organiza na terça-feira uma sessão para homenagear todos aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos na doação e na transplantação de órgãos e “sem os quais muitos doentes não sobreviveriam”.
Transplantes de coração em queda desde 2013
Para assinalar esta data decorrerá um encontro ‘online’ onde serão discutidos os principais desafios que enfrentam os hospitais na identificação e tratamento dos dadores, na organização da colheita e no transplante de órgãos, envolvendo diversos profissionais e especialidades médicas e cirúrgicas. Os dados do IPST relativos a 2020 espelham o impacto da pandemia, com uma quebra de quase 50% no número de dadores vivos. O impacto da pandemia fez-se sentir sobretudo nos transplantes de fígado (-19,2%) e do rim (-26,7%).
A transplantação cardíaca, com uma evolução anual em queda desde 2013, manteve-se em 2020 próxima de 2019, com mais quatro transplantes. Segundo os dados do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), havia 34 doentes em lista de espera para transplante cardíaco no final de 2020, ano em que morreram 11 doentes. O transplante de pulmão sofreu um ligeiro impacto, com menos seis pulmões transplantados (8,5%) em 2020, ano em que havia 64 doentes em lista de espera e em que morreram nove doentes. O número de pares dador-recetor inscritos no programa nacional de doação renal cruzada também diminuiu, tendo havido um cruzamento duplo a 18 de fevereiro e um quadruplo em 18 de agosto, tendo sido transplantados seis doentes.
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