Covid-19: Vacinação a partir dos 50 anos avança em breve

As pessoas a partir dos 50 anos vão poder vacinar-se contra a covid-19 em breve, anunciou a secretária de Estado da Promoção da Saúde, que apela aos mais velhos que não deixem de se vacinar.

Covid-19: Vacinação a partir dos 50 anos avança em breve

Numa entrevista ao jornal Público, Margarida Tavares explica que a estratégia da Direção-Geral da Saúde (DGS) “foi mais cautelosa” – o plano era o de vacinar apenas as pessoas a partir dos 60 anos até dezembro — porque as autoridades queriam concentrar-se nas classes etárias de maior risco, mas que, em breve, a idade para a vacinação vai baixar para os 50 anos. “Essa medida vai ser anunciada pela Direção-Geral da Saúde em breve”, revela.

Margarida Tavares reconhece que a taxa de vacinação nas pessoas acima dos 80 anos – que está abaixo dos 70% – é inferior ao que o Governo gostaria e apela à vacinação dos mais velhos: “Gostaríamos que fosse mais e faço aqui um apelo a todas as pessoas mais velhas: não deixem de se vacinar”. Sobre o inverno, reconhece que “não vai ser fácil”, com a circulação, em simultâneo, do vírus que provoca a covid-19, do da gripe e do vírus sincicial respiratório. “Como infecciologista, sabia que, volvido algum tempo, estaríamos a assistir a uma dinâmica dos vírus respiratórios que foi totalmente alterada e não me surpreende nada que o vírus sincicial respiratório se tenha antecipado e que os casos de gripe sejam mais precoces”, afirma.

A secretária de Estado fala ainda do plano de contingência para o inverno que o Governo está a preparar e, quanto à reunião de peritos agendada para sexta-feira no Infarmed, diz que “vai ser apenas um momento de reflexão e transparência”, não devendo ser tomadas novas medidas de contenção. Contudo, alerta que as máscaras “não desapareceram” e que são “altamente recomendadas para as pessoas que têm sintomas respiratórios, quando estão próximas de outras pessoas”. “Vamos recomendá-las vivamente nos espaços fechados. Eventualmente, vamos fazer recomendações mais apertadas para os transportes públicos, por exemplo”, revela.

“Não nos passa pela cabeça privatizar os cuidados de saúde primários”

Depois de o ministro Manuel Pizarro ter esta semana admitido criar Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C temporárias para responder à falta de médicos de família, uma possibilidade que o Bloco de Esquerda considerou ser a “privatização” dos cuidados primários de saúde, Margarida Tavares admite que a “constituição de cooperativas de médicos poderá ser uma resposta” para algumas regiões. “Em algumas regiões do país, até por períodos limitados de tempo, a constituição de cooperativas de médicos poderá ser uma resposta, por exemplo, com médicos reformados”, afirma.

Contudo, a governante diz que “será uma possibilidade remota, localizada no tempo e no espaço e ponderada caso a caso”, insistindo: “Não nos passa pela cabeça privatizar os cuidados de saúde primários”. Sobre os programas prioritários da DGS, refere que “precisam de ser reforçados” e reconhece a falta de meios da Direção-Geral da Saúde, lembrando que a estrutura também “está muito pesada e difícil de gerir”.

A este propósito, a secretária de Estado da Promoção da Saúde adianta que será criada uma nova estrutura, dentro do Ministério da Saúde,” para “reorganizar a promoção da saúde e dar-lhe o devido espaço, recursos e meios e uma visão moderna da saúde”. A governante acrescenta ainda que o Governo tenciona ir mais longe na legislação do tabaco e que quer “regulamentar melhor a questão do fumo em espaços fechados”.

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