Baleado em Moçambique um dos principais mobilizadores de Venâncio Mondlane

O político moçambicano Venâncio Mondlane confirmou que um dos seus principais mobilizadores nacionais, Joel Amaral, foi baleado hoje por desconhecidos, em Quelimane, centro do país, afirmando tratar-se de mais um caso de “intolerância política”.

Baleado em Moçambique um dos principais mobilizadores de Venâncio Mondlane

“É com profunda tristeza e indignação que confirmo a notícia sobre o baleamento do nosso mobilizador nacional Joel Amaral, carinhosamente conhecido como MC Trufafa. O nosso querido Joel foi brutalmente atacado, sofrendo três tiros, dos quais dois atingiram seus membros inferiores e um atingiu a parte da cabeça”, descreveu Venâncio Mondlane numa mensagem na sua conta oficial na rede social Facebook.

O político, ex-candidato presidencial que não reconhece os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, confirmou desta forma os relatos das últimas horas nas redes sociais, sobre o baleamento de Joel Amaral, que o apoiava desde 2023, quando foi candidato à autarquia de Maputo.

Joel Amaral, músico e autor de temas que mobilizaram apoiantes de Venâncio Mondlane nas campanhas eleitorais para as autárquicas (2023) e depois para as presidenciais (2024), foi baleado no bairro Cualane 2.º, na cidade de Quelimane, província da Zambézia.

“Não restam dúvidas de que este ato covarde é um claro exemplo de intolerância política que permeia o nosso país. Como podemos falar da chama da unidade nacional [iniciativa governamental para assinalar os 50 anos da independência] enquanto Moçambique cheira a pólvora? É inaceitável que a violência e a perseguição se tornem parte da realidade de qualquer moçambicano, especialmente daqueles que se dedicam a promover a paz, igualdade e a Justiça”, disse ainda Venâncio Mondlane.

O político afirmou tratar-se de um cenário de “perseguição” aos seus apoiantes e “a qualquer cidadão que exerça seu direito à livre expressão”, que “deve acabar”.

Logo após as eleições gerais de 2024, o assessor jurídico de Venâncio Mondlane, o conhecido advogado Elvino Dias, e o mandatário do Podemos, Paulo Cuambe, partido que apoiava a sua candidatura presidencial, foram baleados mortalmente na noite de 18 de outubro, numa emboscada à viatura em que seguiam no centro de Maputo, com tiros de metralhadora, num crime que provocou a comoção na sociedade moçambicana e que continua por esclarecer.

“É hora de nos unirmos contra a violência e a opressão, e de exigir um Moçambique onde todos possam viver em segurança e dignidade. A luta pela justiça e pela paz é uma responsabilidade de todos nós, e não podemos permitir que o medo e a intolerância prevaleçam”, afirmou.

“Que este triste episódio sirva como um chamado à ação para todos os moçambicanos, para que juntos possamos construir um futuro mais justo e pacífico para nossa nação”, insistiu Venâncio Mondlane, na mesma mensagem.

O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais de 09 de outubro que deram a vitória a Daniel Chapo, empossado em janeiro como quinto Presidente de Moçambique, convocou desde 21 de outubro protestos que, em cinco meses, provocaram cerca de 390 mortos em confrontos com a polícia, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando igualmente em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.

Contudo, em 23 de março, Venâncio Mondlane e Daniel Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de cessar a violência no país.

O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

 

PVJ // JPS

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS