Bolsa de Nova Iorque já iniciou processo de saída de negociação da Farfetch
A Bolsa de Valores de Nova Iorque já iniciou o processo de exclusão das ações da Farfetch da negociação no mercado acionista norte-americano, noticiou hoje a agência financeira Bloomberg.
“A NYSE Regulation determinou o início do processo de exclusão das ações ordinárias de classe A da Farfetch Limited da NYSE [Bolsa de Valores de Nova Iorque]”, refere a Bloomberg, citando um comunicado da empresa, em que também se refere que a negociação das ações ordinárias de classe A da Farfetch foram suspensas da negociação.
Na segunda-feira, a empresa sul-coreana Coupang informou que pretendia comprar a Farfetch e que previa injetar 500 milhões de dólares (cerca de 458 milhões de euros à taxa de câmbio atual), resgatando a empresa liderada por José Neves que atravessa uma situação financeira difícil.
“A NYSE irá submeter o Formulário 2-NSE junto da Securities and Exchange Commission, que, após entrar em vigor, retirará os valores mobiliários da empresa da negociação em bolsa e do registo na NYSE”, realça o comunicado, salientando ainda que a Farfetch “não pretende recorrer” da decisão.
Nesse sentido, a NYSE irá solicitar à Securities and Exchange Commission a exclusão das ações ordinárias da Classe A da Farfetch, após a conclusão de todos os procedimentos aplicáveis.
O acordo de venda da Farfetch aos sul-coreanos da Coupang implicará a perda total do investimento dos acionistas detentores das ações de Classe A e B quando se concretizar, segundo um comunicado divulgado esta semana pela empresa liderada por José Neves.
Em comunicado disponível no site da empresa, é referido que se demitiram os membros independentes do Conselho de Administração da Farfetch Dana Evan, David Rosenblatt, Diane Irvine, Gillian Tans, Stephanie Horton e Victor Luís.
“No seguimento destas resignações, o Conselho de Administração é composto por José Neves”, especifica.
A Farfetch – plataforma de venda de marcas de luxo fundada em 2008 por José Neves, com sede fiscal em Londres e que foi o primeiro ‘unicórnio’ português (‘startup’ avaliada em mais de mil milhões de euros) – tem vindo a apresentar prejuízos e recentemente a sofrer grandes perdas em bolsa, após dois anos de lucro em 2021 e 2022, em que beneficiou do ‘boom’ do comércio ‘online’.
Em cima da mesa do resgate à Farfetch estará um plano de despedimentos que inicialmente apontava para 800 trabalhadores, mas que face à situação da empresa se admite que poderá ser alargado para 1.700 ou 2.000 pessoas, ou seja, quase 25% da força de trabalho da companhia.
JS // EA
By Impala News / Lusa
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