Político brasileiro defende esterilização de «pobres» para combater a miséria e o crime
Jair Bolsonaro, candidato à presidência brasileira, tem defendido nas últimas décadas que a esterilização de pessoas desfavorecidas é a única forma de acabar com a pobreza e a alta taxa de criminalidade que se vive no Brasil.
Não é segredo que uma das prioridades do candidato à presidência, Jair Bolsonaro do PSL, sempre foi o controlo da natalidade e a reformulação do planeamento familiar no Brasil. Contudo, as suas posições e propostas têm ficado cada vez mais focadas nas classes sociais mais desfavorecidas.
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No passado dia 23 de agosto, o político afirmou que no seu plano de governo estará incluído um novo «programa de planeamento familiar», que tem como objectivo a esterilização de «pobres» para acabar com a miséria e diminuir a criminalidade no país.
«Não estou autorizado a falar isso, que botei na mesa, mas gostaria que o Brasil tivesse um programa de planeamento familiar. Um homem e uma mulher com educação dificilmente vão querer ter um filho a mais para engordar um programa social», afirmou Bolsonaro na marcha dos perfeitos, em Brasília.
Nos últimos 25 anos, o político sempre defendeu que o Estado deve ter um rígido papel sobre o controlo da natalidade.
«Defendo a pena de morte e o rígido controlo da natalidade, porque vejo a violência e a miséria cada vez mais espalhadas no nosso país»
«O pobre só tem uma utilidade no nosso país: votar. Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso, para votar no governo que está aí. Só serve para isso e mais nada», disse no plenário da Câmara em 2013.
No seu quarto ano como deputado, em 1993, Bolsonaro já insistia no tema: «Defendo a pena de morte e o rígido controlo da natalidade, porque vejo a violência e a miséria cada vez mais espalhadas no nosso país. Quem não tem condições de ter filhos não deve tê-los. É o que defendo e não estou preocupado com votos no futuro».
O candidato também já salientou por diversas vezes que não acredita na educação como uma solução para o Brasil: «Não adianta falar em educação porque a maioria do povo não está preparado para receber educação e não se vai educar. Só o controlo da natalidade pode nos salvar do caos», referiu em julho de 2008.
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Atualmente, no Brasil, a lei que trata o planeamento familiar (lei 9.263/96) proíbe qualquer ação que tenha como objectivo o controlo demográfico ou a indução individual ou colectiva da prática de esterilização. Este procedimento cirúrgico apenas é permitido a maiores de 25 anos ou a indivíduos com pelo menos dois filhos vivos.
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