Carrilho condenado por difamação. Multa de 900 euros e 3 mil euros de indemnização a Bárbara
Notícia em atualização
Em direto do Campus de Justiça, em Lisboa, Manuel Maria Carrilho acaba de ser absolvido do crime de violência doméstica. Hoje, dia 15 de dezembro, o tribunal considera que o arguido «estava sob muita pressão». A juíza Joana Ferrer afirma que o facto de o ex-ministro não ir ver os filhos nas condições de Bárbara é compreensível pois a casa ainda era dele e não tinha razão para o fazer.
“Perante a realidade trazida ao tribunal, prova pericial inconclusiva e perante uma prova testemunhal abundante, mas que não foi capaz de sustentar a acusação, não resulta da matéria de facto provada que o arguido tem cometido o crime de violência doméstica”, pelo que o tribunal o absolve, decidiu a juíza Joana Ferrer.
«O arguido é uma pessoa perfeitamente integrada do ponto de vista social», é dito na sessão. O tribunal está em concordância com as características de personalidade apresentadas pelo advogado de defesa. «É um pai extremoso com os seus filhos»
A Procuradora do Ministério Público ri-se conforme a juíza vai dizendo o seu parecer. O Tribunal não concluiu que Dinis não goste de sua mãe uma vez que a idade já lhe permite a firmeza do seu parecer. A sanção acessória seria uma sanção fortíssima que se iria refletir nos menores e portanto não será aplicada.
Condenado por difamação
Manuel Maria Carrilho foi foi absolvido de 21 crimes de difamação e estava acusado de 23. Sanção: 150 dias de multa, 900 euros e 3 mil euros por danos não patrimoniais a Bárbara Guimarães.
A juíza disse ainda que as provas (fotos) não tinham valor probatório. A sentença tem um total de 276 páginas mas não foi lida na íntegra.
Veja o vídeo de Carrilho à saída do Tribunal:
Carrilho confessou-se «feliz» e diz que se fez justiça mas não quis prestar mais declarações por ainda não estar «sereno» e apenas queria ir estar com a filha Carlota.
Última atualização às 14h54
A última sessão – Carrilho exaltou-se
No dia 4 de dezembro o antigo ministro da cultura, começou o discurso com tremores, em tom baixo e muito pausadamente. Manuel Maria Carrilho falou durante 75 minutos durante a última sessão das alegações finais.
À medida que ia falando, o académico foi-se exaltando, tendo gritado, a determinado momento: «Quem bate é a mãe!». Esta frase, que se referia a alegadas agressões de Bárbara Guimarães aos filhos do ex-casal, Dinis e Carlota, foi repetida várias vezes.
Em tribunal, Manuel Maria Carrilho comparou o silêncio da ex-mulher, ao longo destes três anos de processo judicial, a uma «bomba atómica».
«A estratégia de uma bomba atómica é a do silêncio», afirmou.
Antigo ministro usa filhos como «arma de arremesso»
Manuel Maria Carrilho, na sessão de 4 de dezembro, focou-se nos filhos para tentar mostrar as alegadas falhas nos argumentos da acusação. Num processo em que o antigo ministro é acusado de violência doméstica e difamação, Carrilho acabou por dispersar e falar por diversas vezes em Carlota e Dinis afirmando ser bom pai e que isso iria ser provado quando a filha mais nova, de sete anos, falasse em tribunal.
«Ela há-de ser ouvida e há-de dizer a verdade.»
O antigo ministro da cultura alegou por diversas vezes que a filha, de apenas sete anos, deveria ser constituída testemunha e deveria falar em tribunal.
«As palavras do arguido são delirantes. Perdeu três quartos de hora a falar de problemas que se prendem com o tribunal de família e sobre acusações mentirosas e tristes porque essas já foram objeto de julgamento no tribunal criminal e ele foi condenado por violência doméstica e denúncia caluniosa», afirmou Pedro Reis à saída do tribunal.
Advogado de Carrilho tinha pedido absolvição
A defesa de Manuel Maria Carrilho pediu, na sessão de dia 27 de novembro, a absolvição do seu cliente no processo em que está acusado de violência doméstica contra a ex-mulher, Bárbara Guimarães, por as acusações serem uma «história patética e muito mal contada».
«Bárbara Guimarães não tem credibilidade, nem coerência e tudo o que afirmou é inverosímil», começou por afirmar Paulo Sá e Cunha, que durante três horas e meia tentou desmontar os argumentos apresentados pela acusação do Ministério Público e pelo defensor da apresentadora.
Para o advogado de Carrilho, em tribunal, Bárbara Guimarães contou uma «história patética, um folclore, através de relatos que parece não terem sido vivenciados e que têm muitas incongruências», descrevendo a assistente como «uma diva, uma pessoa com grande auto-estima», ao contrário da fragilidade motivada pelo medo e pela vergonha defendidos pela acusação.
«Não houve violência doméstica, não houve ameaças. Houve um quadro de progressiva degradação do casal. O divórcio [em dezembro de 2013] não teve nada a ver com agressões, violência ou insultos», disse Paulo Sá e Cunha assumindo, contudo, que o seu cliente é «frontal e conflituoso» e que disse «algumas coisas que não devia».
Pedro Reis, advogado de Bárbara Guimarães, tinha pedido prisão efetiva
À saída do tribunal, na sessão de dia 20 de novembro, Pedro Reis respondeu a algumas questões dos jornalistas e foi peremptório. Perante a pena pedida pelo MP, o advogado considera que «não é suficiente». Sobre as alegações por parte da procuradora, mostrou-se agradado:
«As alegações da procuradora foram brilhantes e trouxeram ao de cima a real personalidade do arguido.»
O causídico afirma ainda que acredita na pena efetiva do arguido:
«Uma situação desta natureza só credibilizaria a justiça. Está um pouco veiculado no público a ideia de que há dois pesos e duas medidas conforme o estatuto socioeconómico das pessoas. Era bom que pessoas com um estatuto superior, como é o caso do arguido, aprendessem a viver com decência e de uma forma civilizada.»
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