Caso real | «Este ano quero ter mais tempo para os meus filhos, por favor»

Um caso real. «Sempre que termina um ano, sinto a mesma coisa: prometi ter mais tempo para os meus filhos e não cumpri. »

Caso real | «Este ano quero ter mais tempo para os meus filhos, por favor»

Um caso real. «Sempre que termina um ano, sinto a mesma coisa: prometi ter mais tempo para os meus filhos e não cumpri. O problema é que não depende só de mim. Este ano quero mais tempo para eles. São os meus filhos, a minha razão de viver. É por eles que me “mato” a trabalhar todos os dias, apesar de nenhum patrão reconhecer o esforço de uma mãe.

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Este ano quero chegar mais cedo a casa, quero cozinhar sem pressas, quero ir ao jardim de vez em quando ao fim do dia.

Este ano quero ter mais tempo para acompanhar o meu mais velho na escola, estudar com ele, ajudá-lo a aprender a ler, a fazer os trabalhos de casa. Quero poder estar com os meus filhos em casa quando adoecem, sem medo de represálias. Quero sentir-me confortável no meu posto de trabalho, segura e necessária.

Quero poder engravidar novamente e amamentar (o que implica prolongar o horário reduzido de amamentação) sem ter alguém a dizer-me: «Mas tens mesmo de amamentar?» Quero voltar a ser mãe sem sentir o peso na consciência de que não devia. Não devia ter mais filhos, não devia querer ter mais tempo para eles. Sem sentir que sou a próxima a ir embora, a próxima a pertencer ao despedimento coletivo.

Quero sair a horas em paz, sem olhares indiscretos. Fico até mais tarde quando tem que ser. Não é regra. Mas o pavor de ficar desempregada leva-me a ser escrava daquela empresa.

A responsabilidade de não estar mais tempo com os meus filhos também é minha. Sou uma escrava sem coragem para dar o grito da revolta. E com um marido maravilhoso e uns pais super dedicados, tenho conseguido manter a confiança do chefe. Mas para mim basta. Chega de baixar a cabeça. O meu valor não modifica devido às responsabilidades da maternidade. E eu quero ser mãe com “M” grande.»

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