China promete “resultados benéficos” em fórum com investidores estrangeiros
O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, disse a executivos de várias multinacionais presentes num fórum do país asiático que a China vai “continuar a abrir-se”, com “resultados vantajosos para todos”.

À margem do Fórum de Desenvolvimento da China, He reuniu-se com os diretores executivos de empresas como a Apple, Mercedes-Benz ou Samsung, sublinhando que Pequim vai tomar medidas para “melhorar ainda mais o ambiente empresarial”, informou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado.
“A China vai acolher mais investimentos de empresas multinacionais, partilhando oportunidades de desenvolvimento”, afirmou o ministro, à margem do fórum, que Pequim apresenta como uma plataforma de diálogo entre altos dirigentes governamentais chineses, executivos de multinacionais e académicos.
O fórum surge numa altura em que Pequim está a tentar recuperar o investimento estrangeiro, que atingiu fluxos negativos recorde em 2024, e promover o desenvolvimento do setor privado, com a confiança entre os investidores perto de mínimos históricos.
He Lifeng descreveu a economia chinesa como “muito resistente” e “cheia de vitalidade”.
Alguns dos executivos que participam no evento, que termina hoje, devem reunir-se esta semana com o Presidente chinês, Xi Jinping, segundo a agência de notícias Bloomberg.
De acordo com o Governo chinês, o encontro é uma oportunidade para manter contacto direto com a liderança do país asiático, sendo habitualmente frequentado por académicos que simpatizam com Pequim.
O tema deste ano, segundo a televisão estatal CGTN, é “libertar todo o potencial de desenvolvimento”, com simpósios sobre macropolítica, inovação científica e tecnológica, ambiente ou desafios demográficos.
O fórum tem como pano de fundo o abrandamento da economia da China, num período em que enfrenta o impacto da guerra comercial lançada pelo líder norte-americano, Donald Trump.
Na cerimónia de abertura, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou que Pequim está “preparada” para “choques inesperados do exterior”, referindo-se à guerra comercial desencadeada pelo magnata norte-americano, e prometeu que a China vai abrir mais setores da sua economia ao investimento estrangeiro.
O chefe do Executivo chinês instou as empresas internacionais a “resistir” ao “protecionismo”.
Li também reuniu no domingo com o senador norte-americano Steve Daines, do Partido Republicano, a quem disse que Pequim procura “o diálogo e a cooperação com os Estados Unidos”, e sublinhou que os laços económicos e comerciais são “fundamentais para as relações bilaterais”, segundo um despacho emitido pela agência noticiosa oficial Xinhua.
Li apelou aos Estados Unidos para aderirem aos “princípios do respeito mútuo e da coexistência pacífica” e apelou a uma “comunicação franca” para “aprofundar a confiança”.
Daines também se reuniu com o vice-primeiro-ministro He, a quem transmitiu o apelo de Trump para que a China “pare o fluxo de precursores de fentanil”, e disse esperar “mais diálogo de alto nível”.
Estas foram as primeiras reuniões de um político norte-americano com altos funcionários chineses desde o regresso de Trump à Sala Oval.
A visita surge numa altura em que as tensões entre as duas maiores economias do mundo aumentam devido à imposição mútua de taxas alfandegárias.
JPI // APL
By Impala News / Lusa
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