Depois de o Presidente da República ter declarado estado de emergência, os portugueses estão confinados às paredes de casa. Saídas só para comprarem bens essenciais. Este período de quarentena ainda vai demorar umas semanas, mas vários cientistas citados pelo Expresso alertam que o surto da Covid-19 não vai desaparecer com estas medidas de isolamento. Os casos de infeção ficarão apenas adormecidos esperando-se uma nova vaga no final do ano.

“O vírus é endémico, está em todo o lado, e é praticamente impossível erradicá-lo. Mesmo com as medidas actuais, o vírus não vai desaparecer”, alerta o virologista do Instituto de Medicina Molecular (IMM), da Faculdade de Medicina de Lisboa, Pedro Simas.

LEIA DEPOIS
Covid-19: Lar em Vila Nova de Famalicão está sem funcionários

“O vírus não se torna mais fraco”

O virologista reforça ainda que “o vírus não se torna mais fraco, as pessoas é que vão ganhando defesas. Mas não se consegue um nível elevado de imunidade com a contenção em vigor, pelo que vão surgir mais vagas da infecção“, avisa Pedro Simas.

Já Henrique Barros, epidemiologista da Faculdade de Medicina do Porto, explica que há três requisitos para eliminar uma doença: “Não ter hospedeiro que seja humano, existir uma imunidade duradoura e não haver transmissão assintomática”. Algo que até agora não acontece com a Covid-19.

Só uma vacina poderia controlar o vírus, mas isso só é esperado daqui a um ano, ano e meio. Na conferência de imprensa deste sábado, 21 de março, a ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que o pico do novo coronavírus ocorrerá a 14 de abril.

 

Texto: Carla S. Rodrigues

LEIA MAIS
Covid-19: Paulo Dybala é o terceiro futebolista infetado na Juventus
Sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter abala Croácia

Siga a Impala no Instagram