Criança de 4 anos impede GNR de cumprir ordem judicial

A criança recusou sair dos braços da mãe para ir com o pai, no dia em que fez quatro anos. Progenitor alega ter sido agredido pelos GNR de Lever, Gaia, presentes no local

Criança de 4 anos impede GNR de cumprir ordem judicial

Uma criança de 4 anos impediu a GNR de cumprir uma ordem judicial ao recusar sair dos braços da sua mãe para passar o dia com o pai. O caso aconteceu esta segunda-feira, 26 de julho, em Lever, Gaia. O progenitor queixa-se de ter sido agredido por militares quando tentava fazer cumprir a ordem do tribunal para lhe entregarem a filha. O comandante do posto nega e conta que o homem caiu ao ser impedido de arrancar a menina à força dos braços da mãe.

O tribunal de Gaia – para acabar com a alegada e recorrente desobediência de uma mãe em cumprir o regime de visitas ao progenitor de uma menina, ordenou que as entregas e recolhas acontecessem no posto da GNR de Lever (Gaia). Na segunda-feira, dia do 4.º aniversário da criança, a mãe devia apresentar-se ali às 9h da manhã para entregar a criança ao pai, que a teria de devolver até às 16h30 horas. No entanto, a GNR não conseguiu fazer cumprir a ordem judicial porque, segundo o sargento Gonçalves “a criança agarrou-se ao pescoço da mãe, a chorar e aos gritos que não queria ir ao pai”, conta ao JN. “Por muito que tentássemos, com muita calma e cuidado, a menina não largava a mãe, deixando-nos de mãos atadas. Não podíamos usar a força, por pouca que fosse, obviamente”, explica. Já o pai da criança alega que a GNR não cumpriu a ordem judicial “porque não quis”.

GNR alega que pai tentou retirar a criança à força dos braços da mãe

Os militares não tiverem outra opção senão deixar a criança regressar com a mãe para casa. O progenitor – que segundo conta ao JN “há meses” não consegue estar com a filha – ao perceber que a GNR iria deixar a ex-companheira “desobedecer ao tribunal e sair com a menina”, tentou impedi-lo. Afirma ainda que houve uma troca de palavras com os GNR e que foi “agredido” pelos mesmos. Diz que foi atirado ao chão e que “saltaram todos” para cima de si.

A GNR desmente tais acusações e conta que tiveram de se “opor quando ele tentou retirar a menina à força dos braços da mãe”. Naquela agitação, o homem terá caído. “Os nossos militares não fizeram qualquer gesto agressivo”, assegurou o sargento.

O advogado do progenitor confirmou ao JN o incidente a repetida recusa da mãe em cumprir as ordens da justiça. Segundo a ordem judicial, a mãe da criança estava formalmente avisada que, voltando a incumprir, incorre numa pena de multa e indemnização, mas também de prisão até dois anos.

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