É “alarmante” o número de crianças refugiadas detidas em celas na Grécia
O número de crianças refugiadas e não acompanhadas por adultos que se encontram em celas da polícia na Grécia aumentou de “forma alarmante”, sendo já de 117, acusa a Human Rights Watch numa mensagem ao governo de Atenas.
O número de crianças refugiadas e não acompanhadas por adultos que se encontram em celas da polícia na Grécia aumentou de “forma alarmante” acusa a Human Rights Watch numa mensagem ao governo de Atenas.
As preocupações da organização de direitos humanos sobre as crianças foram enviadas para o ministro para as Políticas Migratórias do Executivo da Grécia, Yiannis Mouzalas.
A Human Rights Watch refere-se aos dados divulgados pelo próprio Centro Nacional de Segurança Social grego e que indicam que 117 crianças estão sob a custódia da polícia enquanto aguardam, durante longos períodos, a transferência para abrigos destinados aos refugiados.
Em novembro de 2016 havia duas crianças refugiadas sob a alçada da polícia.
“O governo grego tem de tomar atitudes urgentes para reduzir o número de crianças, refugiadas, e que não se encontram acompanhadas, que se mantêm sob custódia policial”, refere a Human Rights Watch.
“Em vez de estarem a ser devidamente acompanhadas, dezenas de crianças vulneráveis continuam encerradas em condições precárias em celas da polícia, lotadas, e em outros centros de detenção policial em todo o país”, especifica Eva Cossé, investigadora da Human Rights Watch.
“O governo grego tem o dever de pôr fim a estas práticas abusivas e garantir que as crianças tenham o abrigo e a proteção de que necessitam”, acrescenta Cossé.
As informações obtidas pela organização não-governamental incluem documentos sobre as crianças detidas, facto que contraria a legislação grega e que obriga o Estado a acompanhar devidamente os refugiados e migrantes.
A Human Rights Watch sublinha que as decisões da Comissão Europeia sobre a transferência de responsabilidades para o governo grego estão a retirar às organizações não governamentais a possibilidade de interferir diretamente nos processos das crianças não acompanhadas, sendo que cinco centros de acolhimento correm o risco de encerramento. A Human Rights Watch alerta também que as crianças refugiadas, em muitos casos, estão detidas em pequenas esquadras de polícia onde também se encontram adultos, desconhecendo os diretos para a obtenção de asilo no país e na União Europeia.
A organização não governamental recorda que muitas destas crianças sofrem de perturbações mentais e que estão expostas à violência e a abusos de vária ordem.
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