
A horta de Almerindo em Timor-Leste pode ser regada de Portugal ou Inglaterra
Almerindo Fernandes, 30 anos, é licenciado em engenharia civil e durante anos trabalhou em projetos de construção de estradas rurais, mas o ‘bichinho’ pela agricultura falou mais alto e hoje é dono da primeira ‘smart farm’ de Timor-Leste.
Em Lautém, Almerindo Fernandes tem cerca de dois hectares de terreno, onde plantou beringela, tomates e outros vegetais, que rega através de um sistema de irrigação inteligente, que controla através de uma plataforma no telemóvel.
“Significa que em Portugal ou em Inglaterra podemos regar a horta com o telemóvel. É o mundo moderno, o mundo da tecnologia, da digitalização. É a oportunidade de usar a tecnologia, usar o telemóvel para regar a minha horta”, afirmou à Lusa.
“É uma grande oportunidade de utilizar a tecnologia para modernizar as produções agrícolas”, salientou.
Com cerca de 1,3 milhões de habitantes, o setor agrícola em Timor-Leste é vital para a economia do país, mas a produção é baixa e não acompanhou o crescimento da população.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, mais de 70% da população timorense vive em áreas rurais e a maioria pratica agricultura de subsistência.
Almerindo Fernandes iniciou a atividade em 2017 com o dinheiro que foi poupando enquanto trabalhava como engenheiro civil e hoje vende a sua produção para o programa da merenda escolar, para as forças armadas e para os mercados do seu município.
“Até agora era uma atividade privada, mas o Governo está a apoiar para a expansão do projeto aos restantes municípios do país”, explicou Almerindo Fernandes.
O apoio foi conseguido depois de ter apresentado o projeto ao vice-primeiro-ministro, ministro coordenador dos Assuntos Sociais e ministro do Desenvolvimento Rural e Habitação Comunitária, Mariano Assanami Sabino, que acabou por o contratar como técnico especializado para levar o conceito ao resto do país.
“O Governo reconhece a criatividade dos jovens e de todos os cidadãos que têm iniciativas criativas. É uma grande oportunidade e o Governo está a apoiar a transformação da horta num centro de formação de jovens”, explicou Almerindo Fernandes.
Na horta, Almerindo Fernandes já tem a trabalhar quatro pessoas em permanência e depois contrata outros para plantar, apanhar os legumes e fazer a manutenção, e ao mesmo tempo dá formação aos jovens que estudam agricultura.
Agora, segundo o engenheiro civil, a horta serve também para fazer experiências para melhorar o sistema, ou seja, para a tornar mais eficiente e eficaz, com “pouco gasto e maior rendimento”.
“É o princípio da modernização, aumento da produção, mínimo custo é o objetivo do sistema da horta inteligente e é uma teoria que temos de adaptar em Timor para desenvolver o país”, disse.
*** Serviço vídeo e áudio disponíveis em www.lusa.pt ***
MSE // JMC
Lusa/Fim
By Impala News / Lusa
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