Banco de Moçambique diz que inflação aproxima-se de um dígito
O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, disse hoje em Maputo que a inflação anual no país caminha para um dígito, assinalando que prevalecem incertezas que podem reverter a atual tendência positiva.
O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, disse hoje em Maputo que a inflação anual no país caminha para um dígito, assinalando que prevalecem incertezas que podem reverter a atual tendência positiva.
Depois de registar uma taxa que “caminhava para 30%”, em 2016, a inflação tem descido e “aproxima-se de um dígito”, declarou Rogério Zandamela, durante uma conferência de imprensa que marcou o fim da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) do banco central moçambicano, que se realizou hoje.
A baixa dos preços é “um êxito enorme” e resulta de medidas “draconianas” que o Banco de Moçambique tem vindo a tomar desde outubro de 2016, quando a inflação mostrava tendência de derrapagem, acrescentou o governador.
Segundo Rogerio Zandamela, a inflação homóloga desacelerou em setembro para 10,76%.
O comportamento dos preços em Moçambique levou o Banco de Moçambique a reduzir as taxas de juro de referência.
A taxa de juro de política monetária baixou 50 pontos base para 21%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez desceu também 50 pontos base para 22%, assim como a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósito, para 15,5%.
Por sua vez, o coeficiente de reserva obrigatória para os passivos em moeda doméstica e estrangeira reduziu-se em 100 pontos base para 14%.
“Como sempre, estamos dependentes da evolução dos indicadores económicos e financeiros, o CPMO poderá tomar as medidas corretivas necessárias antes da próxima reunião do órgão, agendada para o dia 20 de dezembro de 2017”, prosseguiu Rogério Zandamela.
Citando dados já divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Moçambique, o governador do Banco de Moçambique considerou fraco o crescimento económico que o país registou no primeiro semestre deste ano.
De janeiro a junho, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3%, abaixo portanto dos 5% no período homólogo do ano passado.
“Também temos uma queda do clima de confiança económica em agosto, pelo segundo mês consecutivo, é uma sinalização de alerta de que a atividade económica continua abaixo do seu potencial”, declarou Rogério Zandamela.
As reservas internacionais líquidas do Banco de Moçambique continuam a fortalecer-se e até 20 de outubro tinham se incrementado para 2,5 milhões de dólares, o suficiente para cobrir 6,1 meses de importações de bens e serviços, excluindo os grandes projetos.
O governador do Banco de Moçambique apontou o congelamento prolongado da ajuda internacional ao Orçamento do Estado (OE), o impacto do ajustamento dos preços dos combustíveis e de outros bens e serviços administrados e os efeitos climáticos como os principais desafios da economia moçambicana, no plano interno.
No âmbito internacional, prosseguiu, as ameaças à economia do país são a situação politica conturbada na África do Sul, o maior parceiro comercial de Moçambique, e a volatilidade do preço das matérias-primas.
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