BCE tem reúne quinta-feira pressionado por inflação na zona euro
O Banco Central Europeu (BCE) reúne-se na quinta-feira sob pressão de uma inflação muito elevada e que corre o risco de subir ainda mais se o conflito russo-ucraniano levar a uma guerra.
A principal missão da instituição monetária é limitar o aumento de preços na zona euro, que atingiu 5% no ano passado, impulsionado pelos preços da energia e pelo impacto da escassez de produtos e matérias-primas. Os números de janeiro, que devem ser divulgados na quarta-feira, podem indicar um recuo, mas aquém do desejado. O objetivo de inflação fixado pelo BCE é de 2% a médio prazo, estando muito acima dessa meta.
A reunião tem lugar uma semana depois de a Reserva Federal norte-americana ter anunciado que vai começar em breve a subir as taxas de juro. Os analistas consideram, maioritariamente, que no imediato os dirigentes do BCE devem deixar a sua política monetária inalterada, com as taxas de juro a permanecerem nos níveis muito baixos em que se encontram.
“O principal desafio do BCE será ao nível da comunicação” para “evitar qualquer aparente transição da paciência ao pânico”, considerou Carsten Brzeski, economista do banco ING, citado pela AFP. O BCE deve “confirmar uma posição de firmeza quanto à inflação”, mas afastando-se de “qualquer especulação sobre aumentos prematuros das taxas”, acrescentou.
“A inflação na zona do euro é impulsionada em grande parte pela falta de oferta e não pelo excesso de procura ou por uma economia sobreaquecida”, explicou à AFP Elga Bartsch, economista chefe do BlackRock. Na opinião de Brzeski, um endurecimento da política monetária “não teria grande utilidade para transportar mais rapidamente os produtos da Ásia para a Europa ou para reduzir os preços da energia”.
Por outro lado, se as tropas russas invadirem a Ucrânia, os preços da energia voltarão a aumentar. A Rússia é o principal fornecedor de gás da Europa, via Ucrânia e o novo gasoduto russo-alemão Nord Stream II poderá nunca começar a funcionar em caso de conflito armado.
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