Bolsa de Tóquio abre em queda acentuada com o Nikkei a perder 2,06%
A bolsa de Tóquio abriu em queda acentuada, prolongando perdas da sessão anterior na sequência do anúncio das tarifas tarifas norte-americanas sobre o setor automóvel, com o principal índice, o Nikkei, a cair 2,06% para 37.020,40 pontos.

Já o segundo indicador, o Topix, estava perder 2,18% para 2.754,07 pontos, no início da sessão.
O índice Nikkei reflete a média não ponderada dos 225 principais valores da bolsa de Tóquio, enquanto o indicador Topix agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas.
Em declarações ao Parlamento, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba afirmou hoje que o impacto das tarifas será “muito grande”. Segundo Ishiba,o governo está a avaliar o efeito sobre as indústrias.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acrescentou um novo setor à sua ofensiva aduaneira na quarta-feira, anunciando direitos aduaneiros adicionais de 25% sobre o sector automóvel, importação de automóveis e componentes.
Estas taxas aplicar-se-ão a “todos os automóveis que não sejam fabricados nos Estados Unidos”, declarou o Presidente norte-americano a partir da Casa Branca, acrescentando que entrarão em vigor “a 02 de abril”.
O Japão é particularmente vulnerável a esta decisão. No ano passado, a indústria automóvel representou 28% das exportações japonesas para os Estados Unidos, no valor de cerca de 40 mil milhões de dólares (37,12 mil milhões de euros). A indústria automóvel é um pilar fundamental da economia japonesa, representando cerca de 10% dos postos de trabalho.
Para o gigante japonês Toyota, número um no mundo em termos de veículos vendidos, à frente do rival alemão Volkswagen, os Estados Unidos continuam a ser um mercado crucial. Os construtores japoneses de automóveis têm também uma forte presença no México, com linhas de produção interdependentes.
Todos os anos, os fabricantes de automóveis japoneses exportam cerca de 1,37 milhões de veículos para os Estados Unidos – após um pico de 3,43 milhões de veículos em 1986, salientou na semana passada Masanori Katayama, presidente da Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão (JAMA).
Na altura, Katayama insistiu que “ocorrerão ajustamentos consideráveis da produção” em caso de aplicação de direitos aduaneiros.
A Toyota anunciou recentemente o início da produção, em abril, da sua 11ª fábrica nos Estados Unidos: dos 2,33 milhões de veículos que vendeu nos Estados Unidos no ano passado, apenas 1,27 milhões foram produzidos nesse país.
A Toyota possui uma fábrica no Canadá (que produz veículos híbridos) e duas fábricas no México, cuja produção se destina maioritariamente ao mercado americano e que poderá também ser fortemente afetada pelas barreiras aduaneiras.
Se os direitos aduaneiros sobre os produtos canadianos ou mexicanos, atualmente suspensos, voltarem a ser aplicados, os automóveis provenientes destes países poderão ser tributados a 50%.
Os automóveis representam 27% do total das exportações da Coreia do Sul para os Estados Unidos: dos 2,78 milhões de automóveis exportados pelo país a nível mundial no ano passado, cerca de 1,43 milhões foram enviados para os Estados Unidos, num valor total de 35 mil milhões de dólares (32,48 mil milhões de euros).
Numa tentativa de se aproximar da Administração Trump e atenuar o impacto das barreiras comerciais, a Hyundai anunciou na segunda-feira que pretende investir 21 mil milhões de dólares nos Estados Unidos nos próximos quatro anos.
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By Impala News / Lusa
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