Covid-19: Restauração prevê mais de 100.000 despedimentos no 1.º trimestre
A PRO.VAR avisou que os despedimentos no setor podem ultrapassar os 100.000, no primeiro trimestre deste ano, segundo um inquérito realizado a empresários da restauração.
A PRO.VAR – Promover e Inovar a Restauração Nacional avisou hoje que os despedimentos no setor podem ultrapassar os 100.000, no primeiro trimestre deste ano, segundo um inquérito realizado a empresários da restauração, com especial incidência nos restaurantes.
“Os empresários da restauração, com especial incidência nos restaurantes, afirmam que terão de despedir entre três a quatro trabalhadores por estabelecimento, o que se prevê que os despedimentos ultrapassem os 100.000 trabalhadores neste primeiro trimestre”, alertou a associação, com base nos resultados de um inquérito realizado entre os dias 04 e 10 de janeiro, com respostas válidas de 542 estabelecimentos de restauração, aos quais perguntou se “com as mesmas perdas e sem apoios, vai ter de despedir?”.
Face à iminência de um novo confinamento geral, semelhante ao da primavera e que prevê o encerramento dos estabelecimentos de restauração, a PRO.VAR lembrou que o setor “está exausto” após “dez meses de restrições ‘severas’ acompanhadas de apoios insuficientes”.
A associação alertou ainda para as novas consequências de um segundo confinamento, uma vez que “o setor está sem ‘saúde’ financeira e mental, e, portanto, sem liquidez e com ‘stress’ acumulado”.
Segundo aquela associação, a maioria das empresas da restauração consideram que a modalidade de ‘take-away’ “não é solução”, já que ficam apenas com as cozinhas a funcionar, com menos trabalhadores, mas com mais custos, preferindo, então, encerrar totalmente.
Neste sentido, a PRO.VAR pede ao Governo que apoie as empresas do setor “com caráter imediato” e propõe a “criação de um APOIAR 2.0, para o último trimestre de 2020, atribuindo um apoio de 280 milhões de euros (apoio a fundo perdido dos custos fixos, com idêntica base de cálculo, 20% das perdas que se estimam serem de 1,4 mil milhões de euros, resultado de 70% de perda homóloga no valor de dois mil milhões de euros), dividido por escalões que contemplem tetos diferentes para perdas superiores a 25% e 40%”.
Caso o Governo não injete liquidez adequada e imediata nas empresas, prosseguiu, “cerca de um terço das empresas do setor da restauração que já se encontram em incumprimento com o Estado, trabalhadores e fornecedores, colocam a hipótese de não reabrir” depois de um novo confinamento.
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