Draghi avisa que aumento do protecionismo é um risco para crescimento
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, advertiu que o aumento do protecionismo é um risco para o crescimento económico na zona euro.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, advertiu hoje que o aumento do protecionismo é um risco para o crescimento económico na zona euro.
Segundo o presidente do BCE, os riscos para o crescimento estão, “essencialmente, ligados a fatores globais, incluindo o protecionismo crescente e os desenvolvimentos no mercado de divisas e outros mercados financeiros”.
Depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado recentemente a intenção de taxar as importações de aço e de alumínio, Draghi afirmou que as discussões sobre comércio mundial devem realizar-se num quadro “multilateral” e que as “decisões unilaterais são perigosas”.
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião em que o BCE deixou as taxas de juro inalteradas e confirmou que o programa de compra de ativos se mantém até finais de setembro, Draghi indicou que foi decidido de forma “unânime” que a redução dos estímulos monetários será gradual.
No final de 2017, o BCE anunciou que reduziria para metade o volume de aquisições do seu programa de compra de dívida lançado em março de 2015, mantendo as compras entre janeiro e setembro de 2018 em 30 mil milhões de euros mensais.
O BCE reviu em baixa a previsão de inflação na zona euro para 2019, mas mostrou-se mais otimista em relação ao crescimento em 2018.
A instituição previu uma inflação de 1,4% em 2019 (1,5% na anterior previsão divulgada em dezembro), mas apontou para um crescimento da economia de 2,4% em 2018 (2,3% em dezembro).
Nas declarações perante os jornalistas, Draghi felicitou ainda o próximo vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, que vai substituir Vítor Constâncio a partir de junho e recordou que o banco central aprovou a nomeação.
O presidente do BCE disse também que a instituição solicitou ao Tribunal de Justiça da União Europeia que clarifique a situação do governador do Banco da Letónia, Ilmars Rimsevics, detido em meados de fevereiro por suspeita de corrupção e libertado depois.
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Draghi explicou que enviou uma carta ao tribunal a pedir uma clarificação da situação porque o BCE não tem informação suficiente.
O governador do Banco da Letónia, que não participou na reunião de hoje, foi detido e interrogado durante mais de oito horas na sede da autoridade anticorrupção, dias após as autoridades norte-americanas terem acusado um banco letão, ABLV, de ter entre as suas principais atividades a lavagem de dinheiro.
Draghi disse que o BCE quer mais cooperação das autoridades nacionais com o mecanismo único de supervisão sobre branqueamento de capitais, mais intercâmbio de informação e mais coordenação.
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