Falta de jornalistas qualificados em IA e desafios éticos são forças de resistência no setor

A falta de profissionais qualificados em inteligência artificial (IA) generativa e os desafios normativos e éticos fazem parte das resistências do jornalismo, enquanto o aumento da competitividade é uma pressão, sintetiza o relatório do Obercom e Iberifier hoje divulgado.

Falta de jornalistas qualificados em IA e desafios éticos são forças de resistência no setor

No documento “IA Generativa – Riscos e Oportunidades para o Jornalismo”, os investigadores do Obercom e do Observatório Ibérico de Media Digitais (Iberifier) sintetizam seis forças de resistência do jornalismo a esta tecnologia e o mesmo número em forças de pressão.

No que respeita às forças de resistência, apontam os desafios normativos e éticos, com a “falta de regulamentações no jornalismo e preocupações com viés algorítmico na produção de notícias” e a falta de profissionais qualificados, ou seja, “escassez de recursos humanos com competências técnicas para trabalhar com tecnologias de IA”.

A resistência dos profissionais de notícias, pelo “receio de perda de empregos e do controlo sobre o processo editorial”, e as limitações financeiras, devido aos altos custos económicos de implementação dos modelos de IA são outros dois focos de resistência do jornalismo.

A isto juntam-se preocupações com a opinião pública, com o “receio de reações negativas ou críticas sociais sobre o uso de IA no jornalismo” e infraestrutura técnica insuficiente, que corresponde a “alta de recursos tecnológicos adequados ou de dados de qualidade para treinar modelos de IA”.

Já do lado das forças de pressão para o jornalismo, os investigadores elencam o aumento da eficiência e produtividade (automação de tarefas repetitivas, permitindo libertar tempo), a redução de custos operacionais (diminuição de gastos financeiros ao substituir processos manuais por automação) e personalização de conteúdo (uso de IA para analisar dados de audiência e oferecer notícias alinhadas aos interesses individuais).

Outros três fatores de pressão são a dependência das empresas tecnológicas, a rapidez de análise de grandes volumes de dados (processamento eficiente de informação dispersa em múltiplas fontes ‘online’ ou em longos documentos) e o aumento da competitividade, ou seja, “necessidade de inovar e acompanhar as tendências tecnológicas do setor”.

O ChatGPT, da norte-americana OpenAI, iniciou uma ‘revolução’ no mundo da IA, impulsionando a concorrência.

De acordo com a previsão da Bloomberg, o mercado da IA generativa poderá representar 1,3 triliões de dólares (1,2 biliões de euros) até 2032, ou seja, dentro de sete anos.

ALU // CSJ

By Impala News / Lusa

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