Fortuna dos bilionários chineses da Internet regista crescimento recorde em 2020
Os bilionários chineses, sobretudo do setor da Internet, registaram níveis recorde de criação de riqueza em 2020, ano marcado por uma profunda recessão na economia mundial devido à pandemia da covid-19.
Os bilionários chineses, sobretudo do setor da Internet, registaram níveis recorde de criação de riqueza em 2020, ano marcado por uma profunda recessão na economia mundial devido à pandemia da covid-19.
“O mundo nunca viu tanta riqueza ser criada no espaço de apenas um ano”, disse Rupert Hoogewerf, contabilista britânico que criou a Hurun Report In, considerada a Forbes chinesa.
“Os empresários da China saíram-se muito melhor do que o esperado. Apesar da covid-19, as suas fortunas alcançaram níveis recorde de crescimento”, apontou.
Com sede em Xangai, a “capital” financeira da China, a Hurun Report Inc publica anualmente uma lista dos mais ricos da China.
A China, onde a pandemia do novo coronavírus começou em dezembro passado, foi o primeiro país a tomar medidas de confinamento altamente restritivas, mas também o primeiro a reabrir, em março, depois de o Partido Comunista ter declarado vitória no combate à doença.
Os empresários chineses beneficiaram do retorno precoce da economia à normalidade, tendo conseguido conquistar quota de mercado a concorrentes estrangeiros que continuam a ser afetados pelas medidas de prevenção e controlo da doença.
Foi sobretudo a economia digital da China que mais beneficiou da pandemia.
Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, manteve o estatuto de magnata mais rico da China este ano, à medida que o confinamento impulsionou o comércio e serviços ‘online’.
A fortuna de Ma aumentou 45%, em relação a 2019, para 58,8 mil milhões de dólares (49,8 mil milhões de euros), segundo a Hurun Report Inc.
Se “os primeiros dois meses da epidemia eliminaram enormes quantidades de riqueza (…), a nova economia, impulsionada pela tecnologia digital, atingiu níveis sem precedentes desde junho”, observou Rupert Hoogewerf, no relatório.
Wang Xing, fundador da empresa de entrega de refeições Meituan, quadruplicou a sua fortuna este ano e converteu-se no 13.º homem mais rico da China.
Richard Liu, chefe do gigante do comércio eletrónico JD.com, duplicou a sua fortuna, que se fixa agora nos 23,5 mil milhões de dólares (19,9 mil milhões de euros), a 16.ª maior do país.
A fortuna de Eric Yuan, da plataforma de videochamadas Zoom, que tem sede na Califórnia, subiu mais de 10 mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros), para 16,2 mil milhões de dólares (13,7 mil milhões de euros).
Os empresários do setor da saúde também beneficiaram: Jiang Rensheng, fundador da fabricante de vacinas Zhifei, triplicou a sua fortuna, estimada em 19,9 mil milhões de dólares (16,8 mil milhões de euros), e ocupa agora o vigésimo lugar.
“Houve mais riqueza criada este ano na China do que nos cinco anos anteriores combinados”, apesar da pandemia, descreveu a Hurun.
Face à ascensão dos bilionários da Internet, o presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, de 53 anos, e que detém várias empresas em Portugal, caiu 27 lugares entre os mais ricos da China, para a 72.ª posição, detalhou a Hurun.
A fortuna pessoal de Guo manteve-se inalterada, face ao ano anterior, nos 8.400 milhões de dólares (7.130 milhões de euros).
O país asiático tem já mais bilionários do que os Estados Unidos. Ao todo, o país somou mais 257 bilionários do que no ano passado, somando agora 878, só na China continental, que exclui Macau e Hong Kong.
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