Patrão do Pingo Doce ganha 167 vezes mais do que aquilo que paga a cada funcionário
Salários dos gestores das 18 empresas cotadas em bolsa em Portugal aumentaram 20% face ao ano anterior. A diferença é maior na Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce.
É cada vez maior a diferença entre o que auferem os gestores e os trabalhadores nas empresas portuguesas cotadas em bolsa. Os primeiros, cujos salários aumentaram 20% num ano, ganham 30 vezes mais do que os segundos. Em 2019, os CEO das empresas do índice PSI-20 passaram a ganhar quase 30 vezes mais do que a média do salário dos funcionários. Um ano antes, ganhavam 25 vezes mais. Em média, cada gestor ganhou, em 2019, 916 mil euros, mais 20% face ao ano anterior. O salário médio dos trabalhadores ficou-se pelos 29 mil euros (soma anual), que representa uma subida de 1,5%.
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Soares dos Santos ganha num ano 167 vezes mais do que um seu funcionário
O patrão da Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, é o que ganhou mais em relação aos seus trabalhadores. Pedro Soares dos Santos ganhou 1,8 milhões de euros no ano passado, fruto de salários e prémios, o que equivale a 167 vezes o salário médio de um trabalhador daquela empresa retalhista. Soares dos Santos teve 9% de aumento na remuneração enquanto o dos colaboradores do grupo que detém o Pingo Doce subiu cresceu 1,9%.
Os gestores mais bem pagos em Portugal
Os gestores mais bem pagos têm, à cabeça, António Mexia. O presidente executivo da EDP auferiu quase 2,17 milhões de euros em 2019. Pedro Soares dos Santos, com 1,76 milhões, Manso Neto, da EDP Renováveis, com 1,48 milhões, João Castello Branco, da Semapa, com 1,42 milhões e Carlos Gomes da Silva, da Galp Energia, com 1,39 milhões, são os que mais engordaram as contas pessoais.
EDP Renováveis é a que paga melhor e a Jerónimo Martins a que paga pior
As empresas que pagam melhor aos trabalhadores, a campeã é a EDP Renováveis, seguida da REN, da EDP e da Altri. O salário médio nestas empresas pode superar os 40 mil euros anuais. As pior pagadoras são a Jerónimo Martins, a Mota-Engil, Ibersol, a Sonae e os CTT. O salário médio nestas empresas vai dos 10,5 mil euros anuais aos 15,9 mil euros.
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