Greve na CP suprimiu mais de 60 % dos comboios previstos

Greve dos trabalhadores ferroviários da CP levou hoje à supressão de 92 comboios dos 146 programados (63%) entre as 00:00 e as 07:00, segundo dados da empresa.

Greve na CP suprimiu mais de 60 % dos comboios previstos

A greve dos trabalhadores ferroviários da CP levou hoje à supressão de 92 comboios dos 146 programados (63%) entre as 00:00 e as 07:00, segundo dados da empresa.

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A CP – Comboios de Portugal indica que nenhum dos seis comboios de longo curso programados foram realizados e nos regionais deveriam realizar-se 44 e foram suprimidos 29.

Segundo a empresa, nos urbanos de Lisboa estavam programados 60 e foram suprimidos 38. Já nos comboios urbanos do Porto foram suprimidos 15 dos 30 programados.

O coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, adiantou à Lusa que às 07:30 estava a registar-se uma forte adesão dos trabalhadores à greve, estando a ser realizados apenas os serviços mínimos.

“O primeiro balanço é muito positivo. Temos uma adesão forte entre as 00:00 e até às 07:30 verificando-se perturbações na circulação. As bilheteiras das estações estão encerradas”, disse. De acordo com José Manuel Oliveira, a expectativa para o resto do dia, uma vez que há serviços com horários diversos, é elevada.

Os trabalhadores da CP cumprem hoje um dia de greve, que se repete na quarta-feira, convocada por diversos sindicatos. O Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos de 20% para os comboios urbanos e regionais.

A decisão do Tribunal Arbitral abrange, na percentagem referida, o serviço Regional e Interregional (linhas do Minho, Douro, Leste, Oeste, Beira Baixa e linha do Norte — neste último caso de e para Coimbra/Entroncamento) e o Urbano (linhas da Azambuja, Coimbra e Guimarães).

“Informamos que, por motivo de greves convocadas pelos sindicatos ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINAFE, SINDEFER, SINFA, SINFB, SIOFA, SNAQ, SNTSF, STF e STMEFE, para o período compreendido entre as 00:00 e as 24:00 dos dias 22 e 24 de julho de 2024, preveem-se perturbações na circulação com impacto nos dias 22 e 24 de julho”, refere a CP numa nota divulgada no final da semana passada.

“Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, Interregional e Regional, a CP permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”, indicou.

Estes trabalhadores já estiveram em greve no dia 28 de junho. Para os sindicatos, “é inaceitável” que a administração da CP, depois de ter garantido que iria estender a todos os trabalhadores um acordo que foi celebrado com uma organização sindical, queira condicionar isso à aceitação da proposta de regulamento de carreiras.

O Governo, a CP e o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que tinha convocado uma greve entre 27 de junho e 14 de julho, que foi suspensa, chegaram, recentemente, a acordo.

A operadora chegou também a acordo com o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) quanto à revisão das carreiras, incluindo um aumento salarial de 1,5% e a subida do subsídio de refeição para 9,20 euros.

A Fectrans defendeu que a proposta “aumenta a polivalência de funções e não valoriza a grelha salarial”, o que disse ser uma “medida estratégica” para recrutar novos trabalhadores e manter os atuais.

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