Grupo português interessado na gestão de portos e transporte entre ilhas em Cabo Verde
O grupo português ETE quer concorrer à gestão dos portos e apresentar uma proposta para o transporte marítimo de carga entre as ilhas em Cabo Verde, além de manter o interesse na concessão dos estaleiros navais.
O grupo português ETE quer concorrer à gestão dos portos e apresentar uma proposta para o transporte marítimo de carga entre as ilhas em Cabo Verde, além de manter o interesse na concessão dos estaleiros navais.
A manifestação de interesse foi avançada por Luís Mira Oliveira, administrador do Grupo ETE, que está no país para participar na Feira Internacional de Cabo Verde (FIC).
Numa nota enviada à comunicação social, o responsável adiantou ter mantido encontros com o Governo cabo-verdiano, a quem apresentou os projetos de investimento do grupo para o país.
“Acabei de sair de uma reunião com os responsáveis do Governo, na qual reiterei que estamos empenhados em apostar e investir no país. Apresentei a nossa disponibilidade para construir em conjunto soluções que congregam uma visão integrada e estruturante da operação portuária, do transporte marítimo inter-ilhas e regional, da logística e da construção naval”, disse.
O grupo ETE pretende apresentar uma proposta para a gestão dos portos da Praia (Santiago), Mindelo (São Vicente), Palmeira (Sal) e Sal Rei (Boavista), através da constituição de uma empresa de direito cabo-verdiano, a “ETE Cabo Verde – Operações Portuárias”.
Luís Mira de Oliveira acrescentou ter também manifestado aos ministros das Finanças e da Economia, Olavo Correia e José Gonçalves, respetivamente, que o grupo continua “totalmente interessado e empenhado na concessão da CABNAVE ou em outro modelo de parceria público-privada que vier a ser decidida pelo Governo”.
No concurso para a subconcessão da empresa que gere os estaleiros navais de Cabo Verde (CABNAVE) lançado em 2015, o grupo ETE apresentou a melhor proposta financeira e foi selecionado para passar à fase de negociação, mas o concurso viria a ser cancelado pelo novo Governo saído das eleições de 2016.
O grupo português adiantou ainda que acabou de constituir uma sociedade armadora de direito cabo-verdiano, habilitada para transporte marítimo internacional, a Transinsular – Cabo Verde, e que “está a ultimar o processo de passagem de um dos seus navios – o Ponta do Sol – para este novo armador, o qual será operado sob bandeira de Cabo Verde.
“Esta operação é relevante para o desenvolvimento da nossa atividade no mercado de Cabo Verde e foi possível porque temos navios próprios, o que implica capacidade de investimento e não depender de navios afretados. Tomámos esta decisão porque acreditamos no mercado de Cabo Verde e olhamos o futuro com confiança”, disse Luís Mira Oliveira.
O GRUPO ETE quer ainda apresentar uma proposta para o transporte marítimo de carga inter-ilhas, à semelhança da operação que tem nos Açores, Madeira e Canárias.
O grupo ETE, através do armador Transinsular, oferece, desde 1 de outubro de 2017, o serviço África Expresso, um serviço regular direto com frequência a cada 10 dias, desde Portugal/Canárias para a Praia, Mindelo, Sal e Boavista
“Estamos convictos que o serviço Africa Expresso tem a mais-valia de poder potenciar o inter-ilhas e, consequentemente, impulsionar as trocas comerciais”, disse Luís Mira Oliveira.
O responsável do grupo português adiantou ainda que, apesar de o negócio ser o transporte de carga, a empresa está disponível para participar numa parceria para o transporte de passageiros.
O Grupo ETE, de capital português, foi fundado em 1936 e engloba 40 empresas em áreas como a operação portuária, transporte fluvial e marítimo, agentes de navegação, operação logística e engenharia e reparação naval.
Está presente em Cabo Verde, Colômbia, Moçambique, Portugal e Uruguai.
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