Hidroelétrica moçambicana assegura atingir meta de produção energética

A Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) assegurou hoje que vai atingir as metas de produção de energia previstas para este ano, apesar dos efeitos da seca severa influenciada pela ocorrência do fenómeno El Niño na África austral.

Hidroelétrica moçambicana assegura atingir meta de produção energética

“Apesar dos eventos extremos que se vive neste momento na bacia hidroelétrica do Zambeze, a HCB, no seu ajuste cauteloso e criterioso, consegue produzir energia que já está prometida aos nossos clientes para o ano de 2024”, disse à comunicação social em Songo, na província de Tete, Nilton Trindade, administrador da HCB.

Em causa está a “contínua seca severa” que obrigou a empresa a adotar “medidas de gestão cautelosas” na exploração, um problema influenciado pela ocorrência do fenómeno El Niño na África austral.

“Nós programamos produzir cerca de 15 mil GWh e de acordo com as projeções que nós temos em relação a disponibilidade da água estamos em condições de atingir as metas. Tivemos um nível de produção acima do projetado durante o primeiro semestre e, portanto, isso compensa, de tal forma que ao final do ano estaremos com o nível de produção de energia tal como planificado”, frisou Nilton Trindade.

A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.

A empresa aponta que no final da primeira quinzena de setembro a cota da albufeira da HCB estava fixada em 312,87 metros, correspondente a 44,1% da sua capacidade útil, “situação mais confortável comparativamente às barragens de montante, que se encontram com armazenamentos muito mais baixos, e a implementar um dos mais severos regimes de restrições na produção de energia, facto que afeta negativamente” a libertação de água para jusante.

“Elevadas probabilidades de chuvas normais com tendência para acima do normal sobre a Bacia do Zambeze, durante a estação chuvosa 2024/25, favorecida pelo fenómeno La Niña”, prevê “grandes possibilidades de recuperação razoável do armazenamento de Cahora Bassa durante o ano 2025, o que poderá permitir, gradualmente, o alcance de uma produção hidroenergética satisfatória nos anos subsequentes”, indicou a empresa, em nota enviada à Lusa na quinta-feira.

A Lusa noticiou em 15 de agosto que os lucros da HCB aumentaram 56,7% até junho, para 8.961 milhões de meticais (127,3 milhões de euros), segundo a empresa, que já alertava para os baixos níveis de armazenamento.

No relatório com as demonstrações financeiras dos primeiros seis meses de 2024, a empresa anunciou que as vendas de eletricidade, em quantidade, situaram-se 6,2% acima do registado no período homólogo de 2023 e 3,5% a mais face ao planeado para o semestre.

Decorrente do desempenho financeiro do primeiro semestre, “estima-se que os resultados líquidos até o fim do ano estejam ao nível dos orçados, ou seja, 13.851,68 milhões de meticais [196,8 milhões de euros]”, lê-se ainda no relatório.

O Estado moçambicano detém 90% do capital social da HCB, desde a reversão para Moçambique, acordada com Portugal em 2007, enquanto a empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) tem uma quota de 7,5% e a Eletricidade de Moçambique 2,5%.

EAC (PVJ) // SSS

By Impala News / Lusa

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