LAM nomeia 3.º líder da companhia em menos de um ano

A transportadora aérea estatal Linhas Aéreas de Moçambique escolheu Marcelino Gildo Alberto para presidente do conselho de administração, a terceira nomeação para liderar a companhia aérea em menos de um ano.

LAM nomeia 3.º líder da companhia em menos de um ano

De acordo com um comunicado da LAM, a decisão foi tomada em assembleia-geral extraordinária da companhia, entrando hoje em vigor, o mesmo acontecendo com a cessão de funções de Américo Muchanga, que liderava a transportadora aérea desde julho de 2024, mas que foi empossado no sábado no cargo de ministro das Comunicações e Transformação Digital.

Trata-se do terceiro novo líder executivo da LAM em praticamente 11 meses, substituindo Américo Muchanga, que por sua vez tinha rendido Theunis Crous, da Fly Modern Ark (FMA), empresa sul-africana contratada para recuperar a LAM.

O sul-africano ocupou interinamente a função de diretor-geral da LAM – até então o presidente do conselho de administração da LAM era não executivo, o que foi entretanto alterado – de fevereiro a julho de 2024.

Marcelino Gildo Alberto ocupou antes o cargo de presidente do conselho de administração da estatal Eletricidade de Moçambique (EDM), tendo sido exonerado em julho de 2024.

O contrato entre a FMA e a LAM terminou em 12 de setembro de 2024 e vigorava desde abril de 2023, quando a sul-africana foi chamada para implementar uma estratégia de revitalização da empresa após anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.

“Nós encontramos a companhia quase na banca rota, mais de 720 pessoas iriam perder os seus empregos. Conseguimos manter a companhia a voar e hoje estamos felizes porque conseguimos manter a companhia a funcionar durante este período”, frisou  Theunis Crous em declarações à Lusa em 19 de setembro, destacando as “boas relações” com a direção da LAM e manifestando a abertura da Fly Modern Ark para cooperar com a companhia moçambicana sempre que for necessário.    

Quando a FMA assumiu a gestão da companhia aérea estatal reconheceu que a LAM tinha uma dívida estimada em cerca de 300 milhões de dólares (269 milhões de euros, no câmbio atual).

Durante o período de gestão da FMA, a empresa sul-africana também denunciou esquemas de desvio de dinheiro na LAM, com prejuízos de quase três milhões de euros, em lojas de venda de bilhetes, através de máquinas dos terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não são da companhia.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) de Moçambique instaurou um processo para investigar alegados esquemas de corrupção na venda de bilhetes da transportadora aérea moçambicana e sobre a gestão da frota da companhia, tendo apreendido diversos materiais.

A LAM opera 12 destinos no mercado doméstico, a nível regional voa regularmente para Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare, Lusaka, e Cidade do Cabo, e Lisboa é o único destino intercontinental, mas tem enfrentado sucessivos problemas operacionais.

 

PYME (EAC) // MLL

By Impala News / Lusa

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