Líder de gigante imobiliária condenada após recurso a 30 anos de prisão no Vietname
Um tribunal da cidade de Ho Chi Minh condenou a dirigente de uma gigante imobiliária a 30 anos de prisão, após recurso, num caso ligado ao maior escândalo financeiro na história do Vietname.

Truong My Lan, condenada em primeira instância a prisão perpétua, foi considerada culpada de branqueamento de capitais no valor total de 17 mil milhões de dólares (14,8 mil milhões de euros), declarou o tribunal do sul do Vietname.
“Lan desempenhou um papel importante (…) [mas] também tivemos em conta a quantidade de dinheiro que gastou para reparar as consequências”, declarou o juiz Pham Cong Muoi no final do julgamento, que começou em março.
Truong My Lan é considerada o cérebro de um escândalo de proporções históricas que chocou a opinião pública vietnamita, provocando manifestações que foram excecionalmente toleradas pelo Governo comunista.
Dezenas de milhares de pessoas que investiram poupanças no Saigon Commercial Bank, controlado pelo grupo de Truong My Lan, perderam o dinheiro. A dimensão do desvio de fundos levantou também questões sobre a solidez da economia vietnamita.
A antiga promotora imobiliária, de 68 anos, foi inicialmente condenada à morte, sentença confirmada em recurso em dezembro. Mas o tribunal declarou que poderia contornar a pena se devolvesse três quartos dos 27 mil milhões de dólares (23,5 mil milhões de euros) desviados.
Neste segundo caso, foi acusada de branqueamento de 17,7 mil milhões de dólares (15,4 mil milhões de euros), de ter levado 4,5 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros) em dinheiro para o estrangeiro e de fraude em títulos no valor de 1,2 mil milhões de dólares (1,04 mil milhões de euros).
“Desde a minha detenção, tenho feito o meu melhor… para encontrar as melhores soluções para [gerir] os meus projetos e propriedades”, afirmou Truong My Lan, citada pela imprensa estatal.
“Por favor, reconheçam os meus esforços”, pediu.
Os procuradores pediram que a pena de Lan fosse reduzida, alegando que a empresária reembolsou um quarto do dinheiro que ganhou de forma fraudulenta.
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By Impala News / Lusa
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