Lucro da Sonae cai 57,2% em 2020 para 71ME
O lucro da Sonae caiu no ano passado 57,2%, face a 2019, para 71 milhões de euros, “impactado pela pandemia”, com efeitos a nível operacional e no que respeita à reavaliação de ativos, divulgou hoje o grupo. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae adianta que “apesar dos impactos […]
O lucro da Sonae caiu no ano passado 57,2%, face a 2019, para 71 milhões de euros, “impactado pela pandemia”, com efeitos a nível operacional e no que respeita à reavaliação de ativos, divulgou hoje o grupo.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae adianta que “apesar dos impactos negativos causados pela covid-19, tanto a nível operacional como no que diz respeito à reavaliação de ativos, o resultado líquido da Sonae atribuível a acionistas foi positivo e atingiu 71 milhões de euros em 2020”.
Em igual período, o volume de negócios consolidado subiu 6,1% em termos homólogos para 6.827 milhões de euros, “devido sobretudo ao contributo positivo da Sonae MC e da Worten”, refere o grupo.
No quarto trimestre, “e apesar das várias restrições implementadas pelas autoridades nacionais, o volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 6,6%” para 1.919 milhões de euros.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 9,2% para 631 milhões de euros.
“Em termos de rentabilidade operacional, o EBITDA subjacente atingiu 187 milhões de euros [-4,6%] no quarto trimestre, devido às restrições que afetaram principalmente a Sonae Fashion e a Sonae Sierra”, refere a Sonae.
“No total do ano, o EBITDA subjacente foi de 593 milhões de euros, apenas 1% abaixo de 2019”, acrescenta.
O resultado indireto situou-se em 59 milhões de euros negativos, “impactado negativamente por uma redução de 91 milhões de euros no valor das propriedades de investimento da Sonae Sierra impulsionada pela pandemia, e positivamente pelas reavaliações no portefólio da Sonae IM de 39 milhões de euros”.
A Sonae gerou um ‘free cashflow’ de 220 milhões de euros antes de dividendos pagos.
“Apesar deste ano desafiante, a Sonae foi capaz de alcançar uma melhoria do ‘cash flow’ operacional dos negócios integralmente consolidados (+28,9% face ao período homólogo), o que, juntamente com a venda de ativos, mais do que compensou o ‘cash’ despendido nas operações de M&A [fusões e aquisições]”.
A geração de ‘free cash flow’ da Sonae, “juntamente com os dividendos pagos aos acionistas da Sonae e aos acionistas minoritários da Sonaecom e da Sonae Sierra (totalizando 166 milhões de euros de dividendos em 2020), permitiu uma diminuição de 4% da dívida líquida face ao final de 2019, para 1.103 milhões de euros”, acrescenta o grupo, destacando que “uma vez mais” conseguiu “reduzir a dívida líquida e reforçar ainda mais a sua estrutura de capital”.
O aumento do volume de negócios “foi fortemente impulsionado pelas vendas ‘online’, sendo que os principais negócios de retalho atingiram quotas de mercado ‘online’ bastante acima das suas quotas de mercado já de liderança no ‘offline'”, adianta a Sonae
O total de receitas agregadas do comércio eletrónico dos negócios do grupo mais que duplicou no ano passado, para 480 milhões de euros, o que “comprova as competências digitais dos negócios da Sonae, num contexto de súbita aceleração do ‘e-commerce'”.
O volume de negócios da Sonae MC atingiu 5.153 milhões de euros, mais 9,6% um ano antes, com um aumento das vendas LfL (‘like-for-like’, ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise) de 6,6%.
“Este crescimento foi também o reflexo da presença e liderança da empresa no canal ‘online’ – as vendas ‘online’ aumentaram 80% no ano”, acrescenta, apontando ainda que a Sonae MC manteve “o seu ritmo de expansão com a abertura de 89 novas lojas próprias (das quais 13 lojas de proximidade, Continente Bom Dia), tendo o investimento ascendido a 205 milhões de euros”.
O EBITDA subjacente subiu 10% para 526 milhões de euros, com o aumento das vendas a “mitigar os custos relacionados com a covid-19”.
O volume de negócios da Worten subiu 6,8% para 1.161 milhões de euros no ano passado, com o LfL a progredir 8,6%. No quarto trimestre, esta cadeia de retalho “continuou a registar um crescimento robusto das vendas de 12,2% (12,8% em termos LfL), mostrando claramente que a sua abordagem omnicanal é uma proposta de valor vencedora”.
A Worten “reforçou ainda mais a quota de mercado em Portugal em ambos os canais, com a quota de mercado ‘online’ já a ultrapassar a do ‘offline'”, sendo que as vendas ‘online’ “representaram, pela primeira vez, um peso de dois dígitos no total do volume de negócios” em 2020.
Apesar dos custos relacionados com a covid-19, “o forte desempenho das vendas, aliado aos ganhos de eficiência, resultou num EBITDA subjacente de 74 milhões de euros, 17 milhões de euros ou 30% acima do ano passado”.
A Sonae Fashion, com retalho de moda e calçado, atingiu um volume de negócios de 112 milhões de euros no quarto trimestre, que “foi melhor do que o esperado”, menos 1,6% face a igual período de 2019.
No ano, o volume de negócios caiu 12,2% para 344 milhões de euros, sendo que “as vendas ‘online’ foram fundamentais para este desempenho, tendo duplicado o seu peso no volume de negócios total, passando de 7% em 2019 para 14% em 2020”.
A Sonae Fashion superou claramente o mercado num cenário tão desafiante. A capacidade das equipas de se adaptarem constantemente permitiu à empresa assegurar todos os fluxos de receitas adicionais possíveis, nomeadamente através da introdução de novas categorias de vendas (como a inovadora máscara reutilizável desenvolvida pela MO) e de novas e melhoradas formas digitais de atendimento ao cliente (incluindo o serviço de “venda ao postigo” ou a implementação de um atendimento personalizado via webchat e WhatsApp).
O EBITDA subjacente foi positivo em 13 milhões de euros, “impulsionado sobretudo por um forte desempenho no 4.º trimestre (EBITDA subjacente total de 11,4 milhões de euros)”.
O negócio ISRG foi um dos “mais afetados pela pandemia, tendo tido todas as lojas encerradas por um longo período, o que impactou significativamente o desempenho”. O volume de negócios desdeu 2% nos últimos 12 meses para 660 milhões de euros e um EBITDA de 48 milhões.
“As vendas ‘online’ mais do que triplicaram e já representam cerca de 10% das vendas nos últimos 12 meses”, adianta a Sonae.
No ano passado, a Sonae Sierra “foi severamente afetada pela pandemia e consequentes restrições do número de visitantes e/ou o encerramento de lojas impostas em todo o mundo”, sendo a “empresa mais impactada do portefólio da Sonae”.
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