É assim que os portugueses fazem compras em tempos de crise
Tempos desesperados exigem medidas desesperadas. A inflação galopante obrigou os portugueses a repensar os seus hábitos de consumo em tempos de crise.
Em tempos de crise, motivado pela enorme inflação que assolou o país nos últimos meses, os portugueses viram-se obrigados a alterar os seus hábitos de consumo. Nomeadamente nas compras para a casa. Um estudo da Kantar, que contou com a ajuda da Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, revelou que os consumidores passaram a preparar mais listas, compra em menos quantidade e opta pelo supermercado mais perto de casa ou do trabalho. “O mercado do grande consumo enfrenta agora um consumidor cada vez mais cauteloso e seletivo”, explica a empresa de consultoria.
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Preços dos produtos de marca branca não param de subir e estes são os mais baratos
Em 2022, um cabaz de produtos de marca branca aumentou 32% e os de marca de fabricante 13%. A compra dos primeiros continua a compensar uma vez que o preço é significativamente mais barato. (… continue a ler aqui)
Em primeiro lugar, regista-se um aumento de 4% (dos 56 para os 60%) no que diz respeito à elaboração de listas de compras. O objetivo é claro. “Controlar os gastos e diminuir as compras por impulso”. A proximidade também é um fator que é tido cada vez mais em conta na escola do estabelecimento para fazer as compras. Nesse sentido, mais de dois terços dos portugueses (69%), dá preferência em ir às compras perto de casa ou do trabalho. Como tal, assiste-se à cada vez maior fidelidade dos clientes a uma só cadeia de supermercados. A prioridade é, explica o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel, ao Jornal de Negócios, a busca pelo melhor preço.
Produtos de marca branca cada vez mais apreciados
Por sua vez, o cabaz de compras nas lojas “de sortido mais curto” é, sobretudo, constituído por frutas, legumes, pão e pastelaria, enquanto os cestos para as lojas de maior dimensão incluem “mais fortemente” carne, peixe, marisco, arroz e café torrado. Já 56% dos portugueses consideram que as marcas de distribuição têm uma qualidade similar à dos produtos das marcas fabricantes. Destacam-se os produtos da marca dos supermercados (marca branca) que contribuíram com 50% para o crescimento do consumo de marcas próprias desde 2019.
“A quebra do rendimento disponível das famílias está a gerar um triplo efeito negativo sobre o mercado: uma quebra das quantidades compradas, uma degradação do valor e qualidade dos produtos comprados e uma transferência muito acentuada da compra dos produtos de marca de fabricante para as marcas próprias dos distribuidores e todos estes fenómenos estão em forte aceleração”, refere Pedro Pimentel.
Estes dados fazem parte do painel de lares da Kantar, abrangendo uma amostra de quatro mil lares, dispersos em mais de mil pontos de sondagem. Os resultados têm um nível de confiança de 95% e um erro amostral de 1,96%. Fundada em 1994, a Centromarca reúne mais de 60 associados, que detêm cerca de mil marcas e representam 7.500 milhões de euros de faturação.
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Foto: Shutterstock
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