Mineiros da Panasqueira em novo período de greve por aumentos salariais

Os mineiros da Panasqueira, no concelho da Covilhã, anunciaram hoje que vão cumprir um novo período de greve por aumentos salariais superiores à proposta da empresa, numa altura em que já está em curso uma paralisação de duas horas diárias.

Mineiros da Panasqueira em novo período de greve por aumentos salariais

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), afeto à CGTP, explica que os trabalhadores decidiram “intensificar a luta”, face “à ausência de respostas” da administração da empresa. O pré-aviso de greve foi apresentado para o período entre entre 24 de maio e 12 de junho, com a paralisação de duas horas diárias, bem como de todo e qualquer trabalho suplementar. A greve que está neste momento em curso (começou a 26 de abril e prolonga-se até dia 08 de maio) também decorre nos mesmos moldes.

Os mineiros exigem aumentos salariais de 50 euros por cada trabalhador, enquanto a Beralt Tin and Wolfram Portugal (empresa que detém a exploração das minas e que é propriedade do grupo canadiano Almonty) começou por oferecer 0,5% no salário base, tendo depois subido para 0,75%, acrescido de outros aumentos nos subsídios. Numa reunião que contou com a mediação da Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), a proposta da empresa foi rejeitada pela estrutura sindical, que avançou para a greve.

Mineiros da Panasqueira com promessas de proposta entre julho e agosto

Em contrapartida, a Beralt Tin and Wolfram Portugal tem garantido que já está a fazer o esforço máximo e que a proposta também abarca aumentos de subsídios e o compromisso de rever a situação entre final de julho e início de agosto. Lembrando as consequências da situação pandémica, a empresa alega que, só nos últimos nove meses, registou um prejuízo acumulado de 4,4 milhões de euros e salienta que está a oferecer mais do que várias empresas do setor.

As Minas da Panasqueira são a única exploração de extração de volfrâmio a laborar em Portugal e empregam cerca de 250 trabalhadores, essencialmente oriundos dos concelhos da Covilhã e Fundão, no distrito de Castelo Branco.

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