Moçambique devolve primeiro avião cargueiro por falta de certificação para operar

Moçambique devolveu à Indonésia o avião cargueiro Boeing 737-300 após um ano sem operar, devido à falta de certificação nacional e do reconhecimento das modificações da aeronave pelo fabricante, confirmou hoje a autoridade reguladora da aviação.

Moçambique devolve primeiro avião cargueiro por falta de certificação para operar

“Foi verificado que nem todos os documentos que são necessários para este tipo de certificação estavam completos”, disse o presidente do conselho de administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), autoridade reguladora, João de Abreu.

Em causa está a devolução do avião cargueiro Boeing 737-300 ao país de origem, a Indonésia, confirmada em comunicado de imprensa pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) com a justificação de “não ter tido uma certificação nacional”, esclarecendo que o mesmo se manteve em Moçambique de 31 de dezembro de 2023 a 18 de janeiro de 2025.

Em declarações à televisão privada STV, João de Abreu explicou que o avião cargueiro não chegou a operar em Moçambique devido à falta de certificação nacional, acrescentando que igualmente foi alvo de modificações de uma aeronave de passageiros para de carga sem o devido conhecimento do fabricante, que igualmente não foi notificado para o efeito.

“Quando nós pedimos confirmação à Boeing [fabricante], pedimos manuais, a Boeing só reconhecia aquele avião ainda como de passageiros. É necessário sempre que haja uma autoridade que certifique depois da notificação, que diga que este avião está em condições e certifica”, explicou João de Abreu, apontando irregularidades que impediram a aeronave de operar em Moçambique.

“O nosso operador não conseguiu exibir o documento de autoridade que diga que, depois da modificação, a autoridade tal certificou dizendo que o avião está em condições de voar”, concluiu o responsável pela entidade que certifica aviões a nível nacional.

A LAM recebeu em 31 de dezembro de 2023 em Maputo um Boeing 737-300 cargueiro, com que pretendia responder à procura no transporte de carga, avançou à Lusa, na ocasião, fonte da companhia aérea estatal.

A LAM opera 12 destinos no mercado doméstico, a nível regional voa regularmente para Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare, Lusaka, e Cidade do Cabo, sendo que Lisboa é o único destino intercontinental, mas tem enfrentado sucessivos problemas operacionais.

 

PYME // JMC

By Impala News / Lusa

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